Rio - O Bike Rio, que completa seis anos em 2017, vai passar por uma recauchutagem. Todas as 2.600 bicicletas e 260 estações serão substituídas por tecnologias mais modernas. Além de cartão de crédito pelo aplicativo, o sistema passará a aceitar dinheiro e até o Bilhete Único Carioca. O serviço era alvo de reclamações frequentes devido a problemas operacionais, como O DIA mostrou em maio.
As mudanças serão implantadas pela tembici., que adquiriu a Samba Transportes Sustentáveis no mês passado e passou a operar o sistema de compartilhamento de bikes patrocinado pelo Itaú.
As novas estações serão abastecidas por painéis solares que garantem autossuficiência energética e são preparadas para eventual uso de bicicletas elétricas futuramente. As estações terão um quiosque para pagamento digital, de uso mais didático, com comunicação sem fio que agiliza a transmissão de dados.
“Passamos por problemas de as estações ficarem offline porque tinham apenas uma bateria. O novo sistema tem vida útil muito maior porque possui duas baterias. Se passar por um período que não tenha sol (para o abastecimento solar), as duas baterias garantem que a estação não fique offline”, diz a superintendente de Relações Governamentais e Institucionais do Itaú Unibanco, Luciana Nicola.
As ‘laranjinhas’ serão presas em bases flexíveis individuais (‘docks’), e não mais em estruturas fixas, permitindo que o usuário encaixe a bicicleta por baixo, sem ter de levantá-la. “Com o dock independente, podemos otimizar o uso da estação, colocando quantas bikes forem necessárias em cada região”, destaca.
Será possível fazer o empréstimo utilizando o cartão bancário e haverá pontos de venda de passes em dinheiro, onde o usuário poderá obter cartão específico para usar o Bike Rio. Assim, não será mais preciso ter cartão de crédito. A tecnologia possibilita o acesso com Bilhete Único Carioca, mas ainda não há detalhes de como será essa integração. O ciclista também poderá fazer o pagamento e desbloquear a bike com código gerado pelo aplicativo.
As bicicletas serão mais leves e ergonômicas, terão cesto adaptável para o tamanho da bagagem de mão, pneus com lados reflexivos e aro 24, cobre-correntes que protege a roupa, banco confortável, refletores frontais e traseiros, dispositivo de trava com sistema antifurto, marchas com três velocidades e freadas mais seguras.
Tarifa não deve subir
A substituição das bicicletas e estações ainda não tem data definida. Segundo Luciana Nicola, do Itaú, a empresa estará preparada para implantar as novas tecnologias a partir de setembro. No entanto, a prefeitura precisa definir se será necessário um aditivo no contrato com a operadora para aumentar o prazo da prestação do serviço, previsto até 2018, ou a elaboração de nova licitação para operação e manutenção.
A prefeitura informou que não tem expectativa de aumento da tarifa (R$ 5 por dia e R$ 10 por mês) e diz que é precipitado falar em novos pontos. Como O DIA publicou em março de 2016, o município estudava a viabilidade de expandir o Bike Rio para São Cristóvão, Ilha do Governador, Méier, Engenho de Dentro, Grajaú e Curicica.
O Bike Rio começou a operar em 2011 na Zona Sul e no Centro. Em 2014, após nova licitação, a rede expandiu de 60 estações para 260 (87% funcionam), sendo ampliada para as zonas Oeste e Norte. Em média, 10 mil pessoas usam o serviço, que ultrapassou 10 milhões de viagens. O investimento é privado.