Rio - Depois de um princípio de inverno rigoroso, o Rio neste sábado amanheceu com sol e temperatura em torno dos 23 graus, que fizeram os cariocas deixarem os casacos no armário para aproveitar a praia e o calçadão.
A previsão para este domingo, no entanto, é de ressaca. O Corpo de Bombeiros recebeu alerta da Marinha informando sobre a possibilidade da chegada de ondas de até três metros de altura na área litorânea entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Norte.
Com isso, aumentam os risco de acidentes e afogamentos. E com a crise financeira no estado, o problema pode se agravar, devido à ausência de guarda-vidas nas praias da cidade. Muitos deles, sem dinheiro da passagem para trabalhar, estão se apresentando em quartéis próximos de suas casas e não nas unidades onde são lotados, como o 3º GMar.
A denúncia partiu de um bombeiro que pediu para não ser identificado. Ele contou que um único guarda-vida é responsável por uma faixa de 500 metros de praia.
“Isso é inadmissível. Se duas pessoas se afogarem ao mesmo tempo e no mesmo lugar, uma morrerá. São necessários de cinco a sete trabalhando juntos”, explicou o vereador Marcio Garcia (Rede), major dos Bombeiros.
De acordo com o vereador, para não faltarem ao trabalho e serem presos, os bombeiros se apresentam em quartéis onde não são lotados. “Um guarda-vida que mora no Méier e trabalha em Copacabana vai se apresentar ao quartel mais perto de casa. Para que serve um guarda-vida num quartel onde não tem praia?”, questionou Marcio Garcia.
Ainda segundo o major, atualmente há um déficit de pelo menos três mil bombeiros no estado. Em relação aos guarda-vidas, o número estimado são 800.
Na próxima semana, 300 guarda-vidas aprovados no concurso realizado em 2015 serão distribuídos para os grupamentos marítimos.
A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros se pronunciou em nota dizendo que a rotina de salvamentos prossegue dentro da normalidade, tendo em vista que a frequência de público é reduzida por conta das baixas temperaturas.
Ainda segundo a corporação, apenas quatro militares se apresentaram em outras unidades ontem, não comprometendo o trabalho nas praias da cidade. As condições do mar também não favorecem afogamentos, segundo os Bombeiros.
Temperatura agradável é um convite às atividades na areia
Carioca é assim: não pode ver um sol que já quer ir à praia. E bastou o Astro-Rei dar o ar da graça para isso acontecer.
“Ainda está gelado, mas é muito melhor com Sol. Sou comerciante, tenho uma barraca de cachorro-quente aqui em Copacabana, e com frio as vendas caem muito. Todo mundo só quer ir do trabalho para casa. Sobe a temperatura, sobem os lucros”, conta Elaine Alves, moradora do bairro, que estava na praia do Arpoador no início dessa tarde com o marido e as duas filhas.
Na mesma areia estava a advogada Ana Paula Ribeiro, mas uma das cariocas que “não gostam de dias nublados”, Ela desfrutava da vista, com a água do mar em tom Caribe.
“O dia está lindo. Tem sol,mas não está quente. Adoro me exercitar na orla, venho até quando chove. Curto inverno com céu azul”, diz a advogada que ainda acrescenta, “Acho até que me agasalhei muito hoje”.
A estação mais fria do ano chegou com tudo e, além dos moradores, também sofrem os turistas, que chegam à cidade desejando correr para a praia.
“O tempo aqui está louco. Não está quente como imaginei, mas está agradável. Não mergulho mais porque honestamente tenho medo de deixar minhas coisas na areia e ser assaltada”, declara a italiana Silvia Scalettaris, que está de férias e curtia o Arpoador.
Em sábado de bom tempo, mas com água gelada, os cariocas se animam e se divertem como gostam. “Tiro as crianças de casa. Esse sol é vitamina D para eles ”, diz Patricia Gonçalves, mãe de dois meninos e no final da gravidez de uma menina. “Até prefiro esse sol de inverno, tem um ventinho gostoso, Ficamos mais tempo na praia, faz menos calor”, diz.
Reportagem de Bruna Condini