Por tiago.frederico

Rio - Depois de um princípio de inverno rigoroso, o Rio neste sábado amanheceu com sol e temperatura em torno dos 23 graus, que fizeram os cariocas deixarem os casacos no armário para aproveitar a praia e o calçadão.

A previsão para este domingo, no entanto, é de ressaca. O Corpo de Bombeiros recebeu alerta da Marinha informando sobre a possibilidade da chegada de ondas de até três metros de altura na área litorânea entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Norte.

Com isso, aumentam os risco de acidentes e afogamentos. E com a crise financeira no estado, o problema pode se agravar, devido à ausência de guarda-vidas nas praias da cidade. Muitos deles, sem dinheiro da passagem para trabalhar, estão se apresentando em quartéis próximos de suas casas e não nas unidades onde são lotados, como o 3º GMar.

Ana Paula Ribeiro aproveitou o sábado de sol na praia de IpanemaSeverino Silva / Agência O Dia

A denúncia partiu de um bombeiro que pediu para não ser identificado. Ele contou que um único guarda-vida é responsável por uma faixa de 500 metros de praia.

“Isso é inadmissível. Se duas pessoas se afogarem ao mesmo tempo e no mesmo lugar, uma morrerá. São necessários de cinco a sete trabalhando juntos”, explicou o vereador Marcio Garcia (Rede), major dos Bombeiros.

De acordo com o vereador, para não faltarem ao trabalho e serem presos, os bombeiros se apresentam em quartéis onde não são lotados. “Um guarda-vida que mora no Méier e trabalha em Copacabana vai se apresentar ao quartel mais perto de casa. Para que serve um guarda-vida num quartel onde não tem praia?”, questionou Marcio Garcia.

Ainda segundo o major, atualmente há um déficit de pelo menos três mil bombeiros no estado. Em relação aos guarda-vidas, o número estimado são 800.

Na próxima semana, 300 guarda-vidas aprovados no concurso realizado em 2015 serão distribuídos para os grupamentos marítimos.

A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros se pronunciou em nota dizendo que a rotina de salvamentos prossegue dentro da normalidade, tendo em vista que a frequência de público é reduzida por conta das baixas temperaturas.

Ainda segundo a corporação, apenas quatro militares se apresentaram em outras unidades ontem, não comprometendo o trabalho nas praias da cidade. As condições do mar também não favorecem afogamentos, segundo os Bombeiros.

Temperatura agradável é um convite às atividades na areia

Carioca é assim: não pode ver um sol que já quer ir à praia. E bastou o Astro-Rei dar o ar da graça para isso acontecer.

“Ainda está gelado, mas é muito melhor com Sol. Sou comerciante, tenho uma barraca de cachorro-quente aqui em Copacabana, e com frio as vendas caem muito. Todo mundo só quer ir do trabalho para casa. Sobe a temperatura, sobem os lucros”, conta Elaine Alves, moradora do bairro, que estava na praia do Arpoador no início dessa tarde com o marido e as duas filhas.

Na mesma areia estava a advogada Ana Paula Ribeiro, mas uma das cariocas que “não gostam de dias nublados”, Ela desfrutava da vista, com a água do mar em tom Caribe.

“O dia está lindo. Tem sol,mas não está quente. Adoro me exercitar na orla, venho até quando chove. Curto inverno com céu azul”, diz a advogada que ainda acrescenta, “Acho até que me agasalhei muito hoje”.

A estação mais fria do ano chegou com tudo e, além dos moradores, também sofrem os turistas, que chegam à cidade desejando correr para a praia.

“O tempo aqui está louco. Não está quente como imaginei, mas está agradável. Não mergulho mais porque honestamente tenho medo de deixar minhas coisas na areia e ser assaltada”, declara a italiana Silvia Scalettaris, que está de férias e curtia o Arpoador.

Em sábado de bom tempo, mas com água gelada, os cariocas se animam e se divertem como gostam. “Tiro as crianças de casa. Esse sol é vitamina D para eles ”, diz Patricia Gonçalves, mãe de dois meninos e no final da gravidez de uma menina. “Até prefiro esse sol de inverno, tem um ventinho gostoso, Ficamos mais tempo na praia, faz menos calor”, diz.

Reportagem de Bruna Condini

Você pode gostar