Por luana.benedito

Rio - Esportes radicais sempre fizeram parte da vida de Afonso Urbieta, de 62 anos. E foi de um salto de parapente sobre as águas do Rio Guandu, em Japeri, que ele teve a ideia de praticar canoagem. Já em terra firme, às margens do rio, percebeu o interesse das crianças pelo esporte e há dois anos criou o projeto ‘Remar é Preciso’, que atende cerca de 20 pequenos remadores. Para comemorar, em junho promove o ‘Primeiro Festival de Caiaque da Baixada’.

O pequeno João Victor%2C de 5 anos%2C é acompanhado pelo professor Afonso%2C responsável pelo projetoDivulgação

A ideia inicial era fazer turismo, mas o olhar curioso das crianças conquistou Afonso. “Minha vontade era mostrar para as pessoas de fora que aqui na Baixada a gente também é radical e pode praticar remo, além de mostrar o rio e toda a região para os turistas. Mas quando cheguei aqui a garotada vibrava. Percebi que o projeto tinha que ser para estas crianças”, conta.

Toda semana o ritual é mesmo: Afonso e os alunos carregam para a água os caiaques e os coletes. Antes de a aula começar o professor percorre um trecho do rio e avalia as condições do tempo para garantir a segurança. Outra regra é não entrar na água antes de treinar na superfície. Isso mesmo! Antes de remar no rio as crianças aprendem no solo noções de direção e manejo do remo. “Seguimos tudo certo para garantir que eles fiquem seguros. Só vai para a água quando sinto que estão prontos, principalmente os pequenos. Esses só acompanhados por mim”, explica.

Com sorriso no rosto e olhos brilhando, a pequena Ágatha Batista, de 6 anos, não esconde: “É muito legal remar!”. Roberta Vitória, 16, faz sucesso entre os amigos por causa do esporte. “Quando souberam que andava de caiaque eles acharam o máximo”. Ela acabou levando o amigo, Marcelo Junior, 12. “Ela me convidou e gosto muito. Meu fim de semana é do caiaque”. Mãe de três alunos do projeto, Juliana Rodrigues, aprova a iniciativa: “É bom eles terem um lazer e praticar um esporte”.

As aulas acontecem aos domingos, às 9h, e são gratuitas. As crianças ganham ainda um lanche. “Eles precisam estar alimentados. Já teve criança que só tinha o lanche que eu dei para comer. Isso me mostra o quanto o que faço aqui é importante. Não tenho ajuda do governo, corro atrás de amigos para me ajudar a manter este sonho”, diz Afonso.

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