Por karilayn.areias

Rio - Mais de sete toneladas de lixo foram retiradas ao longo de três meses por pescadores e catadores de caranguejos que atuam no entorno da Baía de Guanabara. A Operação Limpaoca foi realizada pelo Projeto Uçá em dois dias da semana, retirou sacos plásticos, pneus e garrafas PET, que continuam sendo os grandes vilões da APA (Área de Proteção Ambiental) Guapimirim,considerada o berçário da vida da baía. O material será levado hoje para o CRT (Centro de Tratamento de Resíduos) em Itaboraí, onde é feita a coleta seletiva para dar novo destino ao lixo.

Sacos plásticos%2C pneus e garrafas PET continuam como grandes vilões do ecossistema da Baía de GuanabaraDivulgação

A iniciativa reflorestou, até janeiro, mais de 150 mil metros quadrados de manguezais, o que equivale a mais de 18 campos de futebol do Maracanã. Desta vez, a ação aconteceu na região de foz do rio Caceribu, nos manguezais da APA de Guapimirim e da Estação Ecológica (Esec) da Guanabara, numa área total de 20 mil m2.

“Utilizamos os próprios pescadores e catadores porque eles também são grandes prejudicados com essa poluição. Cuidar do lixo é uma questão de educação. Todos sabem que o lixo além de impactar o meio ambiente é levado por rios, mares lagoas e um dos grande fatores causadores de enchentes. O trabalho não pode parar”, reforça Pedro Belga, coordenador geral do Projeto Uçá.

Segundo ele, mais de 50 rios levam para o espelho d’água da Baía de Guanabara milhares de resíduos diariamente. São mais de 10 milhões de pessoas em 15 municípios que, de forma direta ou indireta, acabam contribuindo para a diminuição da qualidade ambiental e estética do local. “Além disso, os rios sofrem com obras que mudaram radicalmente seus cursos, tornando-os verdadeiras descargas na Guanabara.”

Patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental, o projeto Uçá realiza a operação pelo segundo ano consecutivo, com objetivo de garantir a conservação de áreas de manguezal em Unidades de Conservação (UCs) com a integração das comunidades. “É importante que o lixo já depositado seja retirado. Mais importante ainda é que o lixo não chegue lá, nos rios, na baía ou nos mangues”, diz Belga. O reflorestamento é feito por meio de parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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