Por leandro.eiro

Rio - O banho de sol no jardim, a presença próxima dos familiares e até mesmo do bichinho de estimação. Esses são cuidados e práticas que aproximam o paciente de suas atividades diárias e podem fazer a diferença na reabilitação após alguma cirurgia ou trauma agudo. Ao estabelecer uma ponte entre o hospital e a própria casa do paciente, os chamados hospitais de transição já são uma realidade no exterior e começam a ganhar força no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro.

Tratamento para pacientes que precisam de recuperação prolongada. Terapeutas ocupacionais%2C assistentes sociais%2C fisioterapeutas e psicólogos atuam junto às equipes médicasMarcelo Coelho / Divulgação

Para definir o conceito em uma frase, os responsáveis pelo Hospital Placi, pioneiro no estado, com unidades em Niterói e no Rio, costumam dizer: ‘cuidar é mais que tratar’.

Nesse sentido, a rotina hospitalar vai além do tratamento específico da doença. É aí que entra um rede interdisciplinar de profissionais, formada por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais. O foco são pacientes com necessidade de recuperação prolongada, seja para reabilitação, assistência continuada ou cuidados paliativos.

Área de reabilitação da unidade de Botafogo%2C no Rio%2C do Hospital PlaciMarcelo Piu / Divulgação

“É fundamental que profissionais de saúde, sociedade e operadoras de convênios médicos compreendam o desafio desta nova área de atuação e os indicadores técnicos que norteiam essa proposta de tratamento. No Brasil, assim como já acontece fora do país, os cuidados pós-agudos precisam ser integrados à prática assistencial”, aponta o doutor Luiz Guilherme Soares, diretor médico do Hospital Placi e especialista em medicina intensiva.

Os hospitais de transição podem reduzir as internações nos hospitais gerais. Segundo dados do Placi, menos de 20% dos pacientes que passam pela unidade retornam aos hospitais de origem. “Alguns pacientes precisam de um prazo maior para se recuperar. A grande questão é organizar o fluxo deles de acordo com suas necessidades, permitindo que cada um seja tratado no local correto”, explica o doutor Carlos Alberto Chiesa, diretor-presidente do Placi.

Na cadeia de atendimento, os hospitais de transição se situam entre as unidades de retaguarda e os hospitais gerais. 

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