Rio - Um estudo publicado no 'The American Journal of Clinical Nutrition' indica que os flavonoides podem diminuir a probabilidade de degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Este é um dos poucos trabalhos na área a associar o potencial desse tipo de antioxidante na saúde ocular. Durante 15 anos, pesquisadores do Instituto Westmead de Pesquisa Médica, na Austrália, investigaram a frequência alimentar de quase 3 mil adultos acima de 50 anos.
O grupo avaliou a ingestão de flavonoides (em todas as suas seis classes) considerando o cálculo individual presente em cada alimento. Quanto maior a nutrição desse antioxidante (principalmente laranjas), menor a chance de desenvolver a doença, retardando assim os seus efeitos. Ao final da análise, os pesquisadores evidenciaram que os maiores consumidores de flavonoides, comparados com os menores, apresentavam uma probabilidade reduzida de 57% de qualquer tipo de degeneração macular relacionada à idade.
RELAÇÃO
A degeneração macular relacionada à idade é uma das principais causas de deficiência visual grave e cegueira em idosos, como explica Ricardo Lessa Waetge, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). “A doença é uma das principais causas de cegueira no mundo e sua prevalência tem aumentado junto com a expectativa de vida da população. Ela provoca perda da visão central e, consequentemente, da capacidade de leitura. Existem diversos fatores envolvidos, mas a predisposição genética e a idade são os mais importantes. Além disso, as reações químicas geradas nas células da retina causam um estresse oxidativo que pode aumentar os danos", diz.
Ainda de acordo com o especialista, outros trabalhos já evidenciaram o papel dos complementos vitamínicos e alimentares para proteção da retina a estes danos. Em relação ao estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, ele também mostra que o grupo que tinha uma dieta com alimentos ricos em flavonoides apresentava uma diminuição da incidência de DMRI. Entretanto, os próprios autores ressaltam que outras pesquisas são necessárias. "O que sabemos, por enquanto, é que uma alimentação saudável, rica em vitaminas antioxidantes e flavonoides, com ingestão de frutas, vegetais e sucos, pode ajudar na prevenção da perda visual secundária à DMRI ou diminuir o risco da perda visual caso ela esteja presente”, finaliza o médico.
Confira outros elementos nutritivos selecionados pelo CBO que atuam em benefício dos olhos:
Vitamina A - A deficiência de vitamina A no organismo pode causar a cegueira noturna, o que representa a dificuldade de enxergar em lugares mais escuros. Exemplos: mamão, brócolis, manga, espinafre, ovo.
Vitamina C - Também é uma aliada contra o desenvolvimento da Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), além de ajudar a postergar a catarata. Estudos apontam que ela pode reduzir a pressão intraocular em pacientes com glaucoma. Exemplos: acerola, laranja, tomate, couve, acelga.
Zinco – O zinco é importante para a cicatrização, além de ser fundamental para a função imunológica. O olho é um dos órgãos com maior concentração desse mineral. Exemplos: ervilha, feijão, cereais integrais, ameixa, melão.
Acidos Graxos e ômega 3 – Desempenham importantes funções no desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da retina. Exemplos: Linhaça, chia, nozes, sardinha, atum.
Luteína e Zeaxantina – Possuem função antioxidante, que protege as células sadias do organismo contra a ação dos radicais livres. A zeaxantina é um fotoprotetor durante a exposição à luz prolongada e a luteína ajuda a prevenir doenças oculares. Exemplos: pêssego, repolho, milho, rúcula, abóbora.
