Modelos da vida real: Mulheres foram escolhidas pela garra e superação - Nana Moraes / Divulgação
Modelos da vida real: Mulheres foram escolhidas pela garra e superaçãoNana Moraes / Divulgação
Por RENAN SCHUINDT

Rio - Foi no banho que Fernanda Muniz, hoje com 34 anos, percebeu um nódulo no seio direito. Preocupada, buscou um médico. Apesar de não haver histórico na família, os exames confirmaram o câncer de mama. Aos 25, Linda Rojas também descobriu a doença. Foram cinco anos de tratamento até receber um novo diagnóstico. O retorno do câncer, que havia atingido a mesma mama, levou a uma decisão: a retirada das duas mamas. Hoje, elas fazem parte da campanha #50TonsDeRosa, que conta com apoio da FQM Ginecologia. O objetivo da exposição fotográfica é debater a sexualidade da mulher durante e após o tratamento do câncer.

As modelos são pacientes reais, que posaram para a fotógrafa Nana Moraes. As fotos também vão compor um livro de pensamentos de pacientes que será disponibilizado no site da Fundação Laço Rosa, responsável pela organização da campanha. "Me senti realizada em saber que essas fotos vão ajudar mulheres que estão passando por essa luta. É possível nos sentirmos lindas e termos a nossa sensualidade de volta", diz Fernanda, que também retirou os ovários.

PERÍODO CRÍTICO

Segundo especialistas, os cinco primeiros anos são os mais importantes para o paciente oncológico. Nesse período, são grandes as chances do retorno da doença. E foi justamente o que aconteceu com Linda, citada no começo da reportagem. Com o apoio médico e da família, a jovem optou pela retirada das duas mamas. "Na primeira vez, meu namorado meu deu total apoio. Agora, como meu marido, não foi diferente. O ensaio foi lindo. A Nana conseguiu captar a essência da mulher, apesar dos padrões que são impostos muitas vezes", argumenta Linda.

QUEBRA de TABU

De acordo com Marcelle Medeiros, presidente da Fundação Laço Rosa, a campanha promete gerar debate por falar sobre sexo, um tabu entre pacientes com câncer. "As pessoas precisam saber que há vida, durante e após a doença. O objetivo é que pacientes, parceiros e parceiras possam abordar o assunto sem medo de ser feliz", destaca.

A exposição fica em cartaz entre os dias 15 e 19 deste mês, na Casa de Cultura Lauro Alvim, em Ipanema. O material também ficará exposto na Estação Carioca do metrô, entre 18 e 31 de outubro. Para acessar o livro com todas as fotos do ensaio, basta conferir o site da Fundação Laço Rosa.

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