Banhista se refrescando na praia na praia da Barra da Tijuca - Luciano Belford/  Agência O Dia
Banhista se refrescando na praia na praia da Barra da TijucaLuciano Belford/ Agência O Dia
Por *Felipe Rebouças

Rio - Praia é um espaço de lazer e curtição para todos. Mas, antes de se jogar na areia e no mar, é necessário se precaver, advertem especialistas. "O hábito de frequentar esse tipo de local precisa de reeducação", afirma Luiz Nunes, vice-presidente do Hospital do Câncer II, unidade do INCA. Por conta do ambiente de descontração, perigos à saúde passam despercebidos pelos banhistas à primeira vista. Um estudo recente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, por exemplo, sinaliza que o risco de morte devido a buracos de areia — efeito movediço — é maior do que as chances de um ataque de tubarão.

Nesse sentido, a principal medida que o cidadão deve adotar é se informar", diz Marcus Maia, dermatologista e professor da Santa Casa. Ele aconselha a todo banhista checar, antes de sair de casa, detalhes básicos como temperatura ambiente, altura das ondas, poluição no mar e presença de águas-vivas. E, é claro, nunca esquecer o protetor solar. "Ao tirar a roupa para ir à praia, a gente expõe uma parte do corpo que normalmente está protegida", explica Maia.

Números preocupantes

Em 2016, o Ministério da Saúde registrou 3.885 mil mortes no país devido a câncer de pele. Inicialmente, a estimativa do INCA para 2019 é de cerca de 165 mil novos casos não fatais. "Àqueles que acham que o guarda-sol bloqueia os raios solares, é importante lembrar que a areia potencializa essa ação, direcionando-a para nós", frisa o especialista Luiz Nunes. No mar, o cuidado também segue redobrado. De acordo com Maia, a atividade solar tem 70% de persuasão até 45 cm de profundidade.

Devido exatamente à alta incidência de raios ultravioletas, a praia se torna um local que minimiza a atividade do sistema imunológico. Esse é um fator que contribui para a transmissão de doenças e manifestação de fungos e bactérias já alojados na pele humana. "A maioria das lesões dermatológicas só é manifestada nesse tipo de ambiente", esclarece Luciana Velloso, professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis.

As larvas migrans (bicho geográfico) e a pitiríase versicolor (pano branco), causadas respectivamente pelo contato com fezes contaminadas de cachorros e gatos e pela proliferação de fungos já existentes na pele, são algumas das infecções mais conhecidas. Os sintomas do bicho geográfico — verme que leva esse nome porque, ao se locomover, deixa um rastro na superfície do corpo — são coceiras agudas e até formação de bolhas, enquanto a micose 'pano branco' corresponde à descoloração da pele.

*Estagiário sob supervisão de Angélica Fernandes

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