Por paulo.gomes
Rio - Foi bem no fundo do mar que ambientalistas e cientistas encontraram a solução para acabar com a devastação de corais que ocorria na região da paradisíaca Cancún, um dos destinos turísticos mais badalados do México. Os constantes passeios de barco na área resultavam quase sempre na quebra de pedaços dos recifes ou na intoxicação do frágil ecossistema pelo filtro solar utilizado pelos banhistas. Daí surgiu a ideia de criar o Musa — Museu Subaquático de Arte, perto do recife Manchones. A coleção de esculturas tornou-se importante atração turística e, melhor ainda, um novo habitat para a vida marinha local.
Esculturas ficam a profundidades entre 4 e 8 metrosDivulgação

As obras são todas esculpidas em material especial, que estimula a fixação de corais e algas em suas estruturas: exemplo perfeito de interação entre arte, ciência e meio ambiente.

A ideia partiu de Jaime Gonzalez, diretor do Parque Nacional Isla Mujeres, em 2005, depois de ver como os 87 mil turistas anuais matavam os recifes naturais. A ele se juntou Jason Taylor, escultor britânico, autor de vários dos trabalhos expostos. Outros cientistas e artistas se uniram ao time nos anos seguintes, e hoje há quase 500 estátuas no Musa, que tem duas grandes galerias. A primeira tem 8 m de profundidade e pode ser visitada com equipamento de mergulho. Já para ir na segunda, com 4 m, basta usar um snorkel.
Elas são feitas de material que possibilita a colonização por corais%2C algas e outros organismosDivulgação

A expectativa é desviar o fluxo de turistas dos recifes naturais para os do Musa, até que os passeios passem a se concentrar apenas no museu que, em 10 ano, terá 10 mil estátuas.