Rio - Uma formação de recifes de coral em formato de coração, voltada para o mar aberto, acaba de ser descoberta por pesquisadores do Projeto Coral Vivo. A estrutura, em Santa Cruz Cabrália, sul da Bahia, foi vista durante estudos preliminares para o mapeamento de recifes do Parque Municipal Marinho da Coroa Alta.

“É o coração dos recifes de coral do Brasil”, brinca o biólogo marinho e coordenador executivo do Projeto, Gustavo Duarte, que fez a descoberta ao avaliar imagens de satélite de alta precisão . O estudo faz parte da Rede de Pesquisas Coral Vivo, que conta com o patrocínio da Petrobras e o copatrocínio do Arraial d’Ajuda Eco Parque.

Os pesquisadores avaliaram que a piscina tem variações entre três e dez metros de profundidade. Nos paredões, há grandes colônias do coral casca-de-jaca (Montastraea cavernosa), recobertos de algas calcárias, de coloração rosada. “A inclinação desses paredões é praticamente vertical, muito diferente das encontradas nos demais recifes de coral da região”, diz o geólogo José Carlos Seoane, coordenador do mapeamento, professor do Instituto de Geociências da UFRJ e pesquisador do Projeto.

O levantamento, que deverá ser concluído em 2015, está sendo feito com uma lancha adaptada para facilitar pesquisas no mar, além de outros equipamentos especiais. “A partir dos resultados preliminares, iremos definir as programações para as amostragens detalhadas por meio de mergulho, por exemplo”, explica Seoane.