Por leo.martinez
Giovanna AntonelliDivulgação

Giovanna Antonelli, a Alice de "Sol Nascente" é a entrevistada da semana. Na conversa, ela conta que já foi assaltada e hoje tem medo da violência do Rio. Mas nem tudo é tensão no bate-papo. A atriz também fala sobre suas personagens mais marcantes, conta que ainda não fez nenhuma plástica, mas não tem nada contra a cirurgia e confessa ser adepta a tratamentos estéticos com um renomado dermatologista: "Gosto de me cuidar para ter saúde e qualidade de vida. Estar bem comigo. Sempre. E que sirva<de exemplo pros meus filhos”.

O que da Giovanna tem na Alice, a protagonista de ‘Sol Nascente’?
Alice é uma mulher extremamente racional... Não tem minha ‘temperatura’! Mas trabalha muito e valoriza a relação com o outro. Me encaixo nessa parte!!! Mas temos uma rotação diferente. Sua criação com base na cultura japonesa nos distancia. Ela é contida e tem dificuldade de se expressar emocionalmente... Meu oposto! (risos)

Como é sua parceria com o Bruno Gagliasso?
Eu tenho que agradecer muito por ter encontrado parceiros incríveis ao longo da carreira. O ritmo de trabalho é intenso. A convivência, por vezes, é maior do que com a família, então precisa ser prazeroso! O Bruno joga em parceria no set. Ele é talentoso, experiente e fácil de conviver.

De todos os personagens que você fez, qual te marcou mais?
Essa pergunta sempre gera um incômodo porque cada personagem traz a sua história e tem a sua importância ao longo de uma carreira. Às vezes a repercussão não é tão grande, mas a personagem é uma delícia de fazer. Olho para todas elas com o mesmo carinho e respeito. Assim construí minha história. Mas tive grandes oportunidades e sou grata a muita gente! Não há como não citar a Jade, de ‘O Clone’ por conta da repercussão internacional até hoje. Teve a Capitu, de ‘Laços de Família’... Teve a Barbara, minha primeira vilã, em ‘Da Cor do Pecado’. E Atena, de ‘A Regra do Jogo’, que foi meu maior presente.

Você teve pouco tempo para se livrar da Atena, que era uma personagem mau-caráter, e virar a Alice. Como você acha que o público te enxerga? A Atena é muito lembrada?
Em alguns momentos é interessante logo vestir um novo personagem depois de viver algo tão marcante. Atena é daqueles personagens que nos permite muita coisa. Uma vilã com humor, com loucura. E a repercussão foi enorme, com a trama, a caracterização... Tantos memes, bordões. Acho que o público entende essa característica camaleônica que os atores têm.

Você está sempre antenada na moda. Onde você busca inspiração?
Eu sou muito intuitiva e a minha maior inspiração é a mulher brasileira. Vem daí a minha inquietude para criar, para buscar coisas novas, para firmar novas parcerias. Claro que eu pesquiso muito, a minha cabeça não para. Leio revistas, viro a internet do avesso. Quando estou no ar, gosto de contribuir com as equipes de caracterização e figurino e levo ideias, sugestões... É uma maneira de criar e construir coletivamente.

Você empresta roupa sua para as personagens?
Desde que a peça tenha a ver com a personagem. Adoro brincar de vesti-las, mas geralmente não levo seus estilos pro meu armário. Talvez uma ou outra peça. Mas amo quando ficam na boca do povo. Fico feliz.

O que você mais gosta do figurino da Alice? Foi difícil adaptar a cultura oriental na personagem?
Alice vive em uma cidade de praia e mesmo transitando entre o elegante e o moderno, ela não abre mão do conforto. Os looks têm essa caracterítica. Alice veste o que a faz se sentir bem. E eu adoro isso! Embora ela tenha um pezinho no romantismo, o que eu não tenho. Os quimonos foram o ponto alto, na minha opinião.

Você lançou uma coleção de esmaltes que foi um sucesso. Como é a Giovanna empresária?
Eu me envolvo em todas as etapas do processo. Nesta linha nova de esmaltes, participei da criação das cores, da escolha dos nomes. Eu sei de tudo o que está acontecendo em todos os meus licenciamentos. Estou sempre em reunião com meus parceiros e sócios, buscando crescer, aprender e melhorar sempre. Me envolvo e discuto novidades pra GioLaser, palpito no lançamentos dos nossos sucos que estarão em breve nos mercados. Tem gente que brinca que tenho um computador dentro da cabeça. Amo empreender, criar.

Você vai lançar mais algum produto ligado à moda ou beleza?
Sim, sempre! Uma coleção de óculos exclusiva e uma </MC>linha de bolsas, além de um perfume no exterior.

Tem algum personagem que você faria de uma forma diferente?
Não! Quando olho para trás, gosto de vê-los exatamente onde estão. Eles são a tradução do meu caminhar como atriz. E do meu amadurecimento pessoal. Claro que, exigente como sou, se esmiuçar, acho pontos que poderiam ter sido melhores, mas nada tão consistente que me incomode. O meu olhar está sempre para frente. O que passou, passou!

Você prefere interpretar mocinha ou vilã?
Prefiro um bom personagem. Vilã é aquele cardápio completo, que nos permite ir além. Mas uma mocinha nos desa</MC>fia a fazer algo que fuja do arquétipo da bondade sem muitas surpresas. Temos autores incríveis e eu tive a sorte de ganhar mocinhas cheias de atitude. Mas amo fazer umas malucas. (risos)

A novela teve recorde de audiência na cena em que a Alice bateu no Cesar, alcançando 30 pontos. Você acha que a passividade da Alice fez com que a novela não decolasse como deveria, ou isso já estava previsto?
Alice seguiu a trajetória que ela deveria seguir, saiu desta </MC>forma do papel. Até para esse momento, que ela descobre a verdade sobre o César (Rafael Cardoso) e o enfrenta. Se ela descobrisse tudo tão rapidamente, a novela teria um mês de duração. Há uma estrutura dramatúrgica a ser respeitada. Claro que hoje o público quer ver justiça rapidamente até pelo momento político que vivemos. E gera ansiedade. Mas são em média uns 170 capítulos para desenvolver histórias. Tudo no seu tempo. Sobre os índices de audiência, a novela teve bons números e manteve a liderança no horário.

Do que você tem medo?
Tenho medo da violência urbana.

Você já foi vítima da violência do Rio?
Infelizmente acho que todo mundo que mora aqui é vítima desta cidade que é, ao mesmo tempo, tão incrível. Vítima, quando não temos acesso aos serviços públicos que são obrigatórios pra população; por pagarmos impostos que vão para outros destinos que não os propostos; da falta de educação para as crianças; da falta de uma liderança que vista a camisa do povo. Está triste.

Tem vontade de ter mais filhos?
Já tenho três. Está de bom tamanho.

A rotina de gravação de uma novela é muito intensa. Como você se divide entre trabalho e família em época de gravação?
São muitos anos fazendo isso. Minha vida profissional está inserida dentro do contexto familiar. Eu e meu marido nos dividimos e somos muito parceiros. E temos anjos que trabalham com a gente e ajudam bastante.

Qual é a melhor coisa de ser atriz?
É exatamente exercer o ofício. Preparar para receber uma nova personagem, criá-la, estudar o texto, estar no set, contracenar e somar com os parceiros de cena.

E a pior coisa?
Tento focar no positivo sempre. Ser conhecida não é uma </MC>questão para mim. Sei que essa fama veio por conta do meu trabalho e a minha relação com o público que curte o que eu faço é super saudável.

O que ninguém sabe sobre você?
Que minha intuição jamais falha (risos).

Você é casada com o diretor Leonardo Nogueira. Vocês falam de trabalho em casa?
Com equilíbrio. Nos apoiamos. Nos conhecemos muito</MC>. Trocamos sempre.

Aliás, você está trabalhando com seu marido te dirigindo em ‘Sol Nascente’. Foi uma opção sua para você ter tempo para a família nas férias?
Foi uma ideia da empresa e dos autores, que está sendo muito bem aproveitada por nós dois com essa oportunidade de férias juntos. Estamos casados há 8 anos e essa é nossa terceira parceria juntos. Trabalhamos tanto separadamente que é um prazer estar no mesmo projeto de tempos em tempos.

O que você gosta de fazer nas horas vagas?
Casa. Casa. Casa. Com todos. Trabalho sem parar e o tempo livre é uma raridade. Quando ele aparece, corro para curtir com eles. Adoraria ter mais tempo. Ou que o dia fosse mais longo!

Você está em sua melhor forma aos 40 anos. O segredo é o crossfit?
Um conjunto de ações. Atividade fisica é fundamental, crossfit ajuda, mas faz tempo que mudei meus hábitos alimentares.

Numa escala de 0 a 10, qual é o seu nível de vaidade?
Acho que uns 8. Gosto de me cuidar para ter saúde e qualidade de vida. Estar bem comigo. Sempre. E que sirva </MC>de exemplo pros meus filhos.

Você já fez alguma plástica? É a favor?
Ainda não. Claro que sou a favor. Se te faz feliz e é seguro, por que não?

Já usou botox?
Uma vez ao mês vou pras mãos do meu dermatologista, Cyro Hirano, e ele cuida da minha pele com toda tecnologia que ele tem.

Um vício?
Chocolate

O que você diria para a Giovanna de 20 anos atrás?
Aprenda a dizer não. É uma delícia (risos).

Como você se vê na terceira idade? 
Não faço ideia. Não consigo pensar nunca tão à frente. Vivo intensamente hoje. Quero diminuir o ritmo. Mas me conheço... Tenho muita coisa pra fazer ainda.



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