Por marlos.mendes

O pagamento por promoção de oficial ao comando da Polícia Militar, contratos com valores direcionados ao coronel José Luís Castro de Menezes, ex-comandante da PM, e ao coronel Ricardo Pacheco, ex-chefe do Estado-Maior, e recebimento de dinheiro ilegal até na porta da 17ª DP (São Cristovão) fazem parte das novas denúncias sobre o escândalo de desvio de verbas do Fundo de Saúde da PM (Fuspom). O novo ‘pacote’ de denúncias consta na delação premiada do major Delvo Nicodemos, homologada pela Justiça.

De imediato, Delvo teve a prisão preventiva revogada e deixou a Unidade Prisional, o antigo BEP, em Niterói, sábado. Como a coluna ‘Justiça e Cidadania’ publicou ontem com exclusividade, o major afirmou que um montante de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões da compra por R$ 4,2 milhões de 75 mil litros de ácido peracético para o Hospital Central da corporação, que serviria para limpar instrumentos cirúrgicos, iria para o bolso de Castro, dos coronéis Ricardo Pacheco e Kleber dos Santos Martins, os dois últimos presos. Parte de pagamentos relacionados a fraudes que envolve a empresa Medical West, o equivalente a R$ 200 mil, foi entregue em bares e restaurantes.

O ex-comandante da PM José Luís Castro Menezes rebate as acusações
O ex-comandante da PM José Luís Castro Menezes rebate as acusações

Delvo contou ainda que o coronel Décio Almeida da Silva, outro colaborador da Justiça, direcionou R$ 150 mil de propina a Pacheco e Castro para assumir a gestão do Fuspom. Seria uma espécie de ‘enterro de luxo’ do esquema. O major confessou irregularidades em contrato com a Comércio Feruma Ltda. A empresa forneceria produtos, como lençóis. Das 13.720 peças compradas, 9.620 não foram entregues.

O major afirmou ter recebido R$ 150 mil de propina em frente à 17ª DP (São Cristovão). Porém, R$ 105 mil teriam sido entregues para Décio dividir com Pacheco e Castro, que rebate as acusações. “Mesmo sem ter acesso e conhecimento do conteúdo da suposta delação premiada do major Delvo Nicodemus, esclareço, desde logo, que exerci com rigor legal e ético o Comando da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro durante breves 14 meses, não havendo qualquer fato que desabone minha conduta, o que ficará integralmente demonstrado no momento e foro próprios”, afirmou em e-mail enviado ao DIA. Já Pacheco foi preso por envolvimento no esquema e está hospitalizado por causa de um câncer.

Delvo revelou a 20 ª Vara Criminal e à Auditoria da Justiça Militar que houve fraude na compra de aparelhos de ar condicionado no valor de R$ 560 mil. Ele recebeu de brinde R$ 56 mil e dois equipamentos para colocar na sua casa. Delvo vai contribuir com sete processos em tramitação na Justiça e pode ter redução de pena de até 2/3. Há 25 réus e 11 deles são oficiais.

PUBLICADO EM 29.03.2017 - 11:39

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