Por gabriela.mattos

Rio - Réus em processo sobre fraudes no Fundo de Saúde da Polícia Militar (Fuspom), os empresários Themistocles Tomé da Silva Neto e Joel de Lima Pinel tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça por ameaçar de morte um dos delatores do esquema, Orson Welles, que foi lotado na Secretaria de Governo do Estado. Segundo decisão da juíza Tula de Mello, Orson relatou que Themistocles foi taxativo: "Já sei onde você malha. Negô, vai te matar". Joel de Lima foi preso nesta terça-feira e levado para a 16ª DP (Barra da Tijuca).

A prisão foi feita pela 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) com homens da Corregedoria da Polícia Militar.

Documento menciona que Joel Filho afirmou que o advogado Felipe Caldeira alegava ter um esquema de distribuição de dinheiro no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do  Ministério Público. Caldeira desmente versão e processa Joel Filho.  O advogado Joel Lima Pinel Filho por ordem judicial está proibido de chegar perto 200 metros de Orson Welles.

ÍNTEGRA DA NOTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO NEGA VEEMENTEMENTE NOTA PUBLICADA NO BLOG JUSTIÇA & CIDADANIA

"O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) nega veementemente o conteúdo da nota publicada no blog da coluna "Justiça & Cidadania", de autoria da jornalista Adriana Cruz, intitulada "Justiça decreta prisão de empresários envolvidos na máfia do Fuspom" (leia aqui), veiculada no site do jornal O Dia nesta terça-feira, 30 de maio de 2017.

No referido blog foi publicado que o filho de Joel Lima Pinel, este réu no processo sobre fraudes no Fundo de Saúde da Polícia Militar (Fuspom), teria mencionado o também réu Orson Welles sobre a existência de “distribuição de dinheiro” no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ).

O MPRJ nega com veemência a declaração. Tais infundadas imputações foram usadas pela magistrada titular da 20ª Vara Criminal como um dos fundamentos do decreto prisional dos réus Temistocles José da Silva e Joel de Lima Pinel ocorrido na última sexta-feira. Em nova decisão proferida hoje, a ilustre magistrada deixa claro que os sobreditos réus agiram de forma a atrapalhar o regular andamento do feito, inclusive com indícios do cometimento do crime de calúnia contra os membros do GAECO e o advogado.

O GAECO/MPRJ realizou diversas investigações e ofereceu uma série de denúncias contra integrantes de organizações criminosas. Dentre os denunciados e investigados estão justamente Joel Lima Pinel e Orson Welles, ambos processados na 20ª Vara Criminal da Comarca da Capital pela prática de crimes de organização criminosa, por integrarem a denominada “máfia da saúde da PMERJ”, com desvios de verbas do Fuspom.

Os réus Joel Lima Pinel e Orson Welles foram denunciados e presos preventivamente. Após a prisão, já com processo-crime instaurado, os acusados fizeram acordo de colaboração premiada, na qual integrantes do GAECO/MPRJ participaram. Esse acordo foi homologado pelo juízo da 20ª Vara Criminal. Orson Welles também foi denunciado pela prática de crimes de tráfico de influência.

Os promotores do GAECO deixam claro que atendem a todos os advogados de forma igual, sem tratamento diferenciado.

O MPRJ não foi consultado pelo blog antes da publicação da nota." 

CONFIRA O TRECHO DA DECISÃO DA JUÍZA TULA MELLO QUE DETERMINOU A PRISÃO DOS EMPRESÁRIOS QUE CITA JOEL FILHO FALANDO EM DISTRIBUIÇÃO DE DINHEIRO NO GAECO, QUE É DESMENTIDO PELO MP

Trecho do documento mostra que Joel Filho afirmou que o advogado Felipe Caldeira teria um 'esquema de distribuição de dinheiro no GAECO'Reprodução


O advogado Felipe Caldeira, que defende Orson Welles, explicou ao blog que entrou com uma queixa-crime contra Joel Filho no Ministério Público por calúnia, injúria e difamação. "Foi o Joel Filho que fez essa declaração absurda sobre a distribuição de dinheiro no Ministério Público. Entrei com  uma representação contra ele também na Ordem dos Advogados do Brasil e pedi à Justiça a prisão dele por assediar o meu cliente. Vou pedir ainda indenização por danos morais por causa desse comportamento", afirmou Felipe Caldeira. Procurado Joel Filho não foi localizado.      

Themistocles e Joel são proprietários da Micro View Comércio e Representacões de Produtos Médico-Hospitalares Ltda e Bioalpha Serviços e Comércio de Materiais Médico-Hospitalares Ltda. Os empresários respondem por corrupção ativa no esquema do Fuspom. Enquanto, Orson Welles era lobista dos empresários na quadrilha que lesava o fundo.

Nesta terça-feira, a juíza Tula Mello classificou a declaração de Joel Pinel Filho contra o Gaeco e o advogado Felipe Caldeira como 'uma evidente intenção de atrapalhar o feito'. 

CONFIRA O TRECHO

Despacho da juíza Tula Mello sobre a atuação do Gaeco feito nesta terça-feiraReprodução


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