Por thiago.antunes

Rio - Coquetel, jantar, whisky, prosecco e até despesa com figurinista de atriz fazem parte da lista dos gastos bancados pela Riotur na festa de comemoração de 80 anos da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio, em 2012. Só com os comes e bebes foram gastos R$ 210.328, além de montagem e desmontagem de bebedouro, por R$ 840. O Ministério Público quer que R$ 1,5 milhão seja devolvido aos cofres do município.

Na ação, a juíza da 15ª Vara de Fazenda Pública, Roseli Nalin, determinou que a Riotur, os ex-diretores do órgão José Sá e Luís de Moura; a OAB-RJ e o deputado federal Wadih Damous, do PT, ex-presidente da entidade, e o ex-prefeito Eduardo Paes apresentem as suas defesas. "Vou contestar. A Ordem, instituição relevante, requereu o patrocínio e o município concedeu. Não houve irregularidade nenhuma", afirmou Wadih Damous.

No pedido de ressarcimento do dinheiro público, os promotores da 7ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania alegaram que a festa era restrita aos interesses únicos e exclusivos de um seleto grupo de advogados. Pelos cálculos do MP, o evento em que foram identificados os maiores gastos reuniu um público de 1.400 pessoas. Uma das principais atrações foi o cantor Gilberto Gil, que recebeu cachê de R$ 175 mil. O camarim para as atrações consumiu R$ 3,5 mil.

De acordo a ação, o valor do buffet foi de R$ 147.224, bem maior do que o preço de R$ 63.104 indicado para obter a cota de patrocínio da Riotur. "Sendo certo que não se tem notícia se tal diferença foi restituída ao erário", diz trecho da ação. Em outra parte, os promotores ressaltam que notas fiscais mostram que os convites custaram R$ 13.600 e não R$ 21.250. Até o DJ foi orçado em R$ 4.000, mas o valor comprovado de pagamento ficou em R$ 1.530.

A Ordem informou que aguarda ser comunicada para se manifestar.O ex-prefeito Eduardo Paes não foi localizado, assim como os ex-representantes da Riotur.

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