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Entrar no novo Q5 não é um ato prosaico de dirigir. O motorista deve estar consciente de tantas informações e funções que chegam à sua frente pela tela virtual. O modelo mudou completamente (veja a matéria acima) e assumiu personalidade semi autônoma. Isto é, pode ser 'conduzido' até sem as mãos. Como mero espectador, vamos a uma avenida com faixas pintadas no chão (elas são fundamentais) e o SUV médio 'lê' as marcações e se mantém numa faixa.

A direção elétrica se mexe sozinha, sutilmente, para ajustar o curso. O acelerador regulado para a velocidade limite de 65 quilômetros por hora mantém o carro na posição, conforme o tráfego à sua frente. Se o carro adiante diminui, ele freia sozinho, se este carro acelera, o Q5 recupera a velocidade. É um conforto para poucos, por conta do preço, mas gera dúvidas com a nossa péssima infraestrutura. O sistema, provavelmente, vai poder ser usado somente em condições ótimas de pista e sinalização. Neste aspecto, o carrão consegue ler até as velocidades limite nas placas e as respeita. Nada de multas.

Na prática, o Q5 e o recém-lançado A5 antecipam o primeiro carro totalmente autônomo da Audi, o A8, que chega em breve.

De volta ao SUV, a antiga tração integral permanente Quattro ganhou um modo de desacoplamento que promove economia, com o acionamento só da tração frontal. É sutil, mas dá para perceber o dasacoplamento.

Ele mudou as medidas e pesos e elevou espaços internos. Ficou bem mais confortável, principalmente para quem vai atrás, que agora dispõe de bancos deslocáveis. Mas o túnel central, que abriga a transmissão traseira é alto e, na prática, o carrão acomoda bem mesmo só quatro ocupantes.

Para o felizardo motorista, fica o painel virtual, que já mencionei, configurável e um volante multifuncional, onde pode ser acionado o modo semi autônomo e outros mimos.

Este desenvolvimento, aliás, está entre as maiores virtudes do SUV das argolas. O ar-condicionado, pleno de controles, regula até a temperatura do banco traseiro.

Como a tela multimídia de 8,3 pol não é sensível ao toque, usa-se a voz ou um 'pad' no console, capaz de identificar letras e números. Mas cuidado ao escrever e dirigir. Só se ele estiver no modo semi autônomo.

É de se esperar que as acelerações e retomadas sejam impecáveis. E o são. Abordagem de curvas também. Foi-se o tempo do SUV bobão e instável.

Mas nesse momento, só com o controle do motorista, que, com tanta 'moleza', vai acostumar-se a não precisar dirigir mais. E talvez esta seja a intenção.

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