Por Eugênio Cunha Professor e jornalista

É inegável que o WhatsApp facilitou a nossa vida em muitos aspectos. Trocamos mensagens, fotos e informações com muita rapidez. Utilizamos em diversas atividades para muitas funções. Seu uso está presente em muitas profissões. Foi possível, por exemplo, formar grupos de trabalho, com o objetivo de tornar a comunicação mais eficiente. Porém, dentro das relações que se estabelecem na educação entre família e escola, o aplicativo trouxe uma novidade que algumas vezes tem dificultado a vida de educadores: grupos de pais de alunos.

Ocorre que muitas questões que deveriam ser conversadas e resolvidas na escola são debatidas pelo aplicativo, e, quando a demanda chega aos professores, o assunto já foi tratado à revelia pelos pais, carregado de conclusões apressadas, sem que seja possível saber a versão de todas as partes envolvidas, principalmente quando existem conflitos. Pais tendem a censurar atitudes de professores, defendendo seus filhos sem ouvir a escola.

Recentemente, um caso pitoresco aconteceu e pode ilustrar o que falamos: uma mãe postou no grupo de pais da escola de seu filho que determinado menino tinha um "comportamento marginal", quando na verdade queria escrever "comportamento magistral", gerando mal-estar e publicações do tipo "eu sempre desconfiei", "Como que a escola não faz nada?" "Não tem coordenação?" "A professora protege." "A direção está envolvida".

As redes sociais podem ser um excelente instrumento em favor da Educação, mas é preciso utilizá-las bem. A maioria das pessoas ainda não aprendeu a lidar com elas, não conseguindo dimensionar o impacto que o uso inapropriado pode causar na vida dos outros. Há um poder de influenciar comportamentos. Muitos casos de bullying começam nessas mídias a partir de comentários hostis, que são replicados pelos alunos, materializando-se no espaço escolar.

É necessário ressaltar que família e escola constroem em crianças e adolescentes atributos essenciais, que vão solidificar as bases da formação do caráter e da cidadania. Escola e família não podem estar dissociadas, pois são ligadas pelos veios afetivos do educando. Os processos formativos não se bastam sem a colaboração de ambas as partes. Não se completam sem uma compreensão que abarque o sujeito e os seus núcleos de convivência, nos quais, ele conquista sua identidade.

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