Por Bruna Fantti

A guia de turismo Rosângela Cunha prestou novo depoimento ontem na Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat). Foi ela quem optou por levar três espanhóis para a Rocinha há oito dias. No final do passeio, a turista Maria Esperanza Ruiz, 67 anos, foi atingida por um tiro de fuzil disparado intencionalmente por um tenente da Polícia Militar e morreu.

O novo depoimento foi solicitado pela delegada Valéria Aragão, titular da Deat, que encontrou contradições na versão de dela e do guia local, que Rosângela consultou antes do passeio. Em um primeiro relato à polícia, na semana passada, Rosângela disse que o guia local, Leonardo Leopoldino, afirmou que o passeio na favela era viável. No entanto, ele disse que aconselhou justamente o contrário.

"Agora, a guia disse que entendeu errado, pois a ligação estava ruim. Ela lembra somente que ele aconselhou que ela visitasse o Vidigal, mas como ela conhecia a Rocinha, quis levar os turistas para o local", afirmou Valéria. Rosângela prestou depoimento acompanhada do advogado e, na saída, não quis falar com a imprensa.

Ainda ontem, agentes da Deat iam à casa de Rosângela, já que antes a guia havia sido intimada a prestar um novo depoimento, mas não compareceu.

A delegada ratificou que pretende indiciar a guia turística, os sócios da empresa de turismo e o motorista do carro no Artigo 66 do Código do Consumidor, por omitir informação relevante sobre segurança do serviço, além do crime do 132 do Código Penal, que é "expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente". Os policiais envolvidos na morte de Maria Esperanza alegam que o grupo furou uma blitz e, por isso, atiraram. Eles tiveram a prisão decretada, mas a Justiça os soltou.

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