Shell Eco-marathon - Divulgação
Shell Eco-marathonDivulgação
Por LEANDRO EIRÓ

Já pensou se o seu veículo fosse capaz de percorrer 500 quilômetros com apenas um litro de gasolina? Não, não é nenhuma utopia. Estudantes universitários brasileiros já atingem tal proeza. Com carrinhos experimentais e diminutos, eles têm comprovado, na prática, as possíveis soluções para uma melhor eficiência energética em automóveis. E um dos laboratórios a céu aberto estava montado em pleno Riocentro, onde aconteceu, nesta semana, o Shell Eco-marathon.

Com um total de 40 equipes, formadas por universitários de todo o Brasil do Rio, a Eco Racing, da Universidade Federal Fluminense , o Shell Eco-marathon é uma competição acadêmica onde os 'competidores' precisam desenvolver protótipos automotivos altamente eficientes. Similares aos modelos da Fórmula 1, os carrinhos devem percorrer a maior distância consumindo a menor quantidade de combustível possível eles competem nas categorias gasolina, etanol e elétrico.

Conforme Leíse Duarte, assessora de investimento social da Shell, a Eco-marathon fomenta ações em prol da eficiência energética, além de incentivar os universitários. "Estamos aqui realizando um trabalho global que contribui para uma matriz energética melhor para o futuro. Alguns projetos de universidades, aliás, passam a existir ou são retomados a partir da maratona", destaca.

RALI DE REGULARIDADE

No Riocentro, o circuito tinha 786 metros e os pilotos precisavam dar 14 voltas cerca de 11 quilômetros em velocidade média de 25 km/h. Em 27,15 minutos, o desempenho de cada veículo era validado. Com peso em torno dos 50 quilos, os protótipos disputaram uma espécia de rali de regularidade.

E como tudo é considerado para obter melhor eficiência energética, quase a totalidade dos pilotos é formada por mulheres com baixa estatura e peso. Quem pilota, naturalmente, tem habilitação e os protótipos são submetidos à inspeção técnica por profissionais da Shell para garantir a segurança.

Para muitos universitários, a maratona é oportunidade real de exercer o conhecimento. "Aqui aplicamos, na prática, a engenharia que aprendemos, sem contar a emoção que a competição proporciona", exalta Andrea Higa, 25 anos, piloto da Eco Veículo, da Unifei, de Itajuba (MG), vencedora da primeira edição brasileira, categoria de elétricos.

A estudante revela que a experiência na Shell Eco-marathon atrai a atenção do segmento e também de outros estudantes alunos de escolas públicas do Rio foram conhecer e acompanhar os projetos das universidades participantes. "Já apresentamos o nosso carro na Campus Party, no 13º Salão Latino Americano de Veículos Híbridos e Elétricos, além de uma empresa estar em contato com a nossa equipe porque deseja a nossa ajuda para eles desenvolverem seu controlador de motor elétrico", vibra.

FALTA DE INVESTIMENTO

Mas a natural falta de investimento dos governos nas universidades pôde ser observada no evento. Ali, apesar dos resultados premiarem apenas algumas equipes, todos podem ser considerados vencedores, tamanha é a superação para estarem presentes. Uma equipe do Piauí, por exemplo, não obteve o financiamento necessário para vir ao Rio participar da maratona.

Eles chegaram a declarar a desistência de participar do evento, quando foram 'salvos' por uma equipe do Maranhão, que desviou o trajeto do ônibus para 'resgatar' os colegas. "É muito bom vê-los com todo esse entusiasmo e vibração da torcida quando os carrinhos passam na pista, sabendo que viajaram por dois dias de ônibus, quer melhor exemplo de motivação e superação do que este", conclui Leíse Duarte, da Shell.

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