A aposentada Mariá Casa Nova recebeu cestas básicas doadas aos funcionários com salários atrasados - Daniel Castelo Branco / Agência O DIA
A aposentada Mariá Casa Nova recebeu cestas básicas doadas aos funcionários com salários atrasadosDaniel Castelo Branco / Agência O DIA
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A situação de penúria do funcionalismo estadual, pelo visto, vai durar mais um bocado. Conforme a Coluna já havia informado, a operação de crédito de R$ 2,9 bilhões entre o estado e o banco francês BNP Paribas ainda vai levar mais alguns dias para ser finalizada. Em nota divulgada ontem, o governo confirmou que a liberação do empréstimo "não ocorrerá até o dia 27 do corrente mês, contrariando as estimativas e os esforços do Executivo estadual". A data chegou a ser anunciada pelo governador Pezão como prazo para acerto dos atrasados.

O governo explicou que a conclusão do processo de liberação é complexa e depende do aval do Tesouro Nacional. E que a Secretaria de Fazenda tem feito conversas diárias com a instituição financeira ganhadora do pregão que ocorreu no dia 1º, e com o Tesouro, para que os "recursos oriundos do empréstimo ingressem o mais rapidamente possível em caixa", para que seja feita a regularização do pagamento dos servidores.

Apesar de na quinta-feira a Secretaria de Fazenda ter informado após a reunião entre o secretário Gustavo Barbosa e integrantes do Tesouro Nacional, da Procuradoria-Geral da Fazenda nacional (PGFN) e do BNP Paribas que houve "avanços na discussão do contrato", e o próprio governador ter dito que estava otimista sobre a conclusão da operação sair ainda na próxima semana,a nota divulgada ontem não especificou nenhuma data para a liberação do empréstimo. Diz apenas que a operação ocorrerá "em breve e será imediatamente informada aos servidores e toda sociedade".

Representantes do Movimento Unificado dos Servidores (Muspe) receberam com surpresa e indignação a informação do governo. Na reunião no dia 16, no Palácio Guanabara, o governador Pezão confirmou que o empréstimo sairia até o dia 27, e que ele mesmo iria a Brasília para acompanhar o processo. Na quarta-feira passada, o governador cumpriu o prometido e viajou a capital federal.

PESSIMISMO

No entanto, já havia uma expectativa pessimista em relação à data do pagamento para o funcionalismo. Tanto que várias entidades que fazem parte do movimento já tinham organizado assembleias e uma reunião do Muspe já estava programada para a próxima terça-feira.

"Marcamos a reunião para o dia 28, cumprindo o prazo estabelecido pelo governo para efetuar o pagamento, que seria no dia 27. Iríamos discutir também sobre o 13º salário de 2016. Não é justo que paguem um ano depois sem juros de mora. O problema é que o governo não cumpre o que promete", afirmou André Ferraz, diretor da Associação dos Servidores da Vigilância Sanitária do Estado do Rio (Asservisa).

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