A sexta-feira foi de explicações e protestos no Botafogo. Vindo de duas derrotas no Brasileiro ambas em casa e para adversários da parte de baixo da tabela (Atlético-PR, em 13º, e o lanterna Atlético-GO), os jogadores viram a pressão da torcida aumentar e foram alvo de vaias e cobranças no Nilton Santos e nas redes sociais. O mais visado foi o volante Bruno Silva, que, ao deixar o campo substituído na quinta-feira, respondeu as vaias com gestos, dando a entender que estava indo embora do clube. Ontem, ele se apressou em pedir desculpas. Primeiro no Instagram e, depois, em coletiva, ao lado do presidente Carlos Eduardo Pereira.
"Quero humildemente pedir desculpas pelo que fiz na partida. Foi algo impensado, de cabeça quente", escreveu Bruno Silva. Diante dos jornalistas, lembrou estar vivendo o melhor momento na carreira profissional: "Não sou ingrato, reconheço tudo o que o Botafogo fez por mim. Errei, mas não foi um desrespeito. Sinceras desculpas. Estou focado em colocar o clube na Libertadores." O volante também garantiu que essa situação não vai se repetir: "Isso não vai acontecer mais."
O presidente descartou uma punição ao jogador: "A conversa foi boa. A explicação foi plausível e não podemos abrir mão do Bruno, que teve um ano muito bom. O objetivo é ir com força nesta reta final de Brasileiro".
Carlos Eduardo Pereira comentou a situação contratual do jogador, mas garantiu não ter sido procurado por clube algum. "A permanência vai até o fim de 2018 pelo contrato. Tenho certeza de que ele terá um ano bom. No primeiro semestre vamos pensar em renovar. Mas, se um clube vier e pagar (a multa), o contrato estará rescindido."
Ele também disse que não pode transformar um momento ruim dentro de campo numa grave crise. E falou sobre bichos atrasados. "Ao longo do ano, o Botafogo pagou seis milhões de reais ao elenco. Hoje temos três em atraso e estamos trabalhando para regularizar a situação o mais rapidamente possível."
O presidente reafirmou a confiança na recuperação do time e minimizou os protestos, que colocaram a classificação à Libertadores como obrigação. "O futebol é emoção e nossa torcida é apaixonada e especial. Entendo que são cobranças por amor e desejo de ver o Botafogo campeão. Pode ter certeza de que esse é o nosso trabalho."