O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes decidiu manter a censura contra o jornalista Marcelo Auler. O 8º Juizado Especial Cível do Paraná retirou do ar em março do ano passado reportagens publicadas no blog do jornalista sobre a Operação Lava Jato, e Alexandre negou reclamação de Auler para revisão da sentença.
Os textos tratam de supostos vazamentos de informações por parte de delegados e procuradores da Lava Jato, além de grampos nas celas e dependências de presos.
Auler se disse surpreendido e decepcionado com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que, segundo ele, vai contra as últimas decisões do STF e reforça a censura. Além disso, o jornalista afirma que as provas apresentadas, documentos que comprovariam as denúncias reportadas, não foram levadas em consideração.
"Trata-se de uma discussão que deve colocar em alerta a imprensa. No fundo, o entendimento do ministro Moraes significa o retorno da censura", diz o jornalista.
Agora, Marcelo Auler pretende agravar um recurso para que Alexandre de Moraes reveja a decisão. Caso a contestação seja novamente negada, o jornalista vai recorrer à Primeira Turma do Supremo Tribunal.
A delegada Erika Mialik Marena, da Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Paraná, após conseguir retirar as publicações, entrou com um processo contra o jornalista Marcelo Auler, em que reivindica uma indenização de R$ 100 mil.
A delegada alega, por meio de sua advogada, que as matérias "colocam em dúvida sua seriedade de caráter enquanto delegada da Polícia Federal atuante no Grupo de Trabalho da Lava Jato".