Marcos Espínola, colunista do DIA - Divulgação
Marcos Espínola, colunista do DIADivulgação
Por Marcos Espínola Advogado criminalista

Podemos dizer que o Rio de Janeiro é, diante dos seus mais de 450 anos, a representatividade do povo brasileiro no que diz respeito à insistência, à persistência e, principalmente, à resistência. Já esteve no topo da política nacional e, hoje, infelizmente, amarga realidade que configura um marco em sua história, porém de forma negativa e sem precedentes.

Aqui já foi a capital do país, porta de entrada do Brasil e uma das cidades mais conhecidas no mundo inteiro. Ainda é a capital cultural, detém a chancela de promover uma das maiores festas populares do mundo. É aqui também que abriga o templo do futebol. Palco por onde passaram nada mais é nada menos do que Pelé e Garrincha. Mantém-se como um dos pontos turísticos mais visitados do planeta, com a bênção do Cristo Redentor e as belas praias, como a de Ipanema, imortalizada por Vinicius.

Seria tudo perfeito se tudo fosse só isso. Mas, lamentavelmente não. Os últimos episódios colocaram o Rio de Janeiro no topo do noticiário mundial da forma mais triste possível. A prisão dos três últimos governadores, além de outros políticos, rebaixa o Rio para um patamar melancólico. E a expectativa de que isso não deve parar por aí traz ainda mais incertezas.

As suspeitas de esquemas de corrupção envolvem cifras astronômicas e transações inacreditáveis. Demonstram que a falência tão citada nos últimos tempos começa a fazer sentido, ou seja, se houve essas sangrias, podemos entender o porquê do caos econômico, da trágica saúde pública, da educação precária e do domínio dos narcoguerrilheiros.

E mesmo com tudo isso a cidade e o Estado do Rio continuam pé, embora não saibamos até quando. O Rio apanha e demonstra que tem "couro forte", pois, se fosse diferente, muito provavelmente a falência total já teria sido concretizada. A população agoniza muito e há tempos, mas mesmo assim não desiste, insiste e resiste. Heróis da resistência que merecem, enquanto cidadãos brasileiros, mais respeito e condições mais dignas de vida.

Seja pedreiro, taxista, policial ou executivo, todos são iguais perante a lei, e a Constituição é clara nos direitos básicos e de igualdade que garantem para todos os brasileiros.

Fica o desejo de que tudo isso que esteja acontecendo seja, além de negativo, sinal de novos tempos de uma Cidade ainda Maravilhosa por sua beleza, mais castigada extremamente.

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