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A matéria de 1992 também mudou a vida de Stela Guedes. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PROPED/UERJ) e coordenadora do Kékeré (pequeno em yorubá), um grupo de pesquisa da instituição, com foco nas crianças de candomblé, ela permaneceu 20 anos frequentando o Ilê Omo Oyá Legi, em Mesquita, e outros terreiros da Baixada.

Em 2005, ela defendeu tese de doutorado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) sobre crianças de candomblé, inaugurando um campo na antropologia e na educação. Em 2012, ela publicou o livro 'Educação nos Terreiros - e como a escola se relaciona com crianças de candomblé'.

Na obra, ela relata como as crianças são respeitadas nos terreiros. "Mas nas escolas são silenciadas e discriminadas", conclui. O livro foi finalista do Jabuti - o mais importante prêmio literário brasileiro. Em 2013, Stela se iniciou candomblecista.

"Eu era ateia, mas gostava dos terreiros, porque sempre os contemplei como espaços de resistência, que não foram hegemonizados pela colonialidade branca e cristã. Depois de duas décadas vendo e vivendo toda essência do candomblé, não pude mais continuar de fora", conta Stela.

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