Por ASSINATURA REPÓRTER

"Queríamos, de alguma maneira, demonstrar que nós estávamos muito sensibilizados com essa onda destruidora de terreiros. Qualquer um com sensibilidade mínima fica horrorizado com esse tipo de coisa, sobretudo vindo do mundo evangélico", a declaração é do pastor Edson de Almeida, da Igreja Cristã de Ipanema, que foi uma das doadoras dos recursos para a reconstrução do terreiro de candomblé Kwe Cejá Gbé, da Nação Djeje Mahin, da mãe de santo Conceição d`Lissá, em Duque de Caxias.

O terreiro já sofreu oito atentados e recebeu R$ 11 mil de igrejas evangélicas para ser reconstruído, como revelou O DIA ontem. A ideia de arrecadar recursos para reconstruir o terreiro de Caxias foi da pastora Lusmarina Campos Garcia, da Igreja Luterana, uma das religiões evangélicas. A iniciativa começou em 2014, quando Lusmarina era presidente do Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro (CONIC-Rio) e centro havia sofrido os primeiros ataques.

"Queríamos dizer para esse pessoal do terreiro, através do Ivanir (dos Santos, babalawo e interlocutor da Comissão de Combate à intolerância Religiosa), demonstrar nossa compaixão, nossa solidariedade na dor dessas pessoas", acrescentou o pastor Edson de Almeida, acrescentando que dois jovens empresários de sua igreja que levantaram a maior parte dos recursos.

Sobre o fato de algumas igrejas evangélicas pregarem contra as religiões de matriz africanas, o pastor ressalta que elas não representam a maioria. "O mundo evangélico é plural, muito diverso. Você vai encontrar desde correntes muito fundamentalistas a outras bem abertas, que apostam no diálogo com as religiões, com os movimentos sociais".

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