Picciani diz que pediu licença do mandato para dedicar-se à sua empresa e defender-se juridicamente - Fernando Frazão/Agência Brasil
Picciani diz que pediu licença do mandato para dedicar-se à sua empresa e defender-se juridicamenteFernando Frazão/Agência Brasil
Por ASSINATURA REPÓRTER

Após ser preso e passar menos de 24 horas na cadeia, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (PMDB), divulgou nota neste domingo comunicando que vai tirar licença do mandato e que só deve retornar às atividades parlamentares em fevereiro. A informação foi antecipada com exclusividade pela coluna Informe do Dia de ontem. No fim da tarde, o líder do governo na Alerj, Edson Albertassi (PMDB), afirmou que também pedirá licença.

Picciani nega que a decisão ocorra por conta da pressão de deputados aliados. Como o Informe revelou, a maioria dos 39 parlamentares que votou pela soltura de Picciani, Albertassi e Paulo Melo (PMDB) pressiona para que o trio se afaste das funções na Alerj temporariamente. O objetivo seria "preservar" o ambiente da Casa.

EMPRESA

"Não tem nada a ver com isso. Vou cuidar da minha empresa. Entro com o pedido de licença na segunda. Ela terá validade até 31 de dezembro. Como janeiro tem recesso parlamentar, voltarei à Alerj em fevereiro", disse Picciani à coluna.

Ontem, a assessoria de Picciani emitiu nota oficial: "A razão imediata é o fato de querer se dedicar à sua defesa e à do filho, que permanece preso, e à sobrevivência da empresa de 33 anos da família, a Agrobilara, de gado. Ela teve a conta bloqueada pela Justiça, e arca com gastos fixos como salário de funcionários, impostos, veterinários e alimentação dos animais. Sobre os movimentos em curso para que ele e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi sejam afastados do cargo, Picciani disse que aguarda a decisão com serenidade e, se for o caso, vai recorrer". Picciani não receberá salário e benefícios durante o período de afastamento.

MP QUER ANULAÇÃO

O Ministério Público do Rio entrou com um mandado de segurança, com pedido de liminar, requerendo que seja anulada a votação que libertou Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. O MP pede ainda que seja realizada uma nova sessão para decidir sobre as prisões dos acusados na operação Cadeia Velha.

De acordo com o pedido, o presidente em exercício da Casa durante a sessão, Wagner Montes (PRB), e a mesa diretora da Assembleia Legislativa ignoraram os "princípios mais basilares do Estado Democrático de Direito" ao vedarem o "livre acesso de cidadãos fluminenses às galerias da Assembleia", de forma a camuflar a sessão pública.

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