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O deputado André Ceciliano (PT) foi um dos destaques na Assembleia Legislativa do Rio ao assumir como presidente interino durante a pior crise já sofrida pelo Parlamento. Ao Informe, ele fala sobre a experiência, as dificuldades e as perspectivas para 2018.
O DIA - Embora já tivesse assumido a presidência da Alerj outras vezes, como foi a experiência após todo o desgaste do Legislativo?
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Foi um desafio muito grande, a maior crise já vivida pelo Parlamento fluminense. Busquei dialogar com todas as bancadas, formar uma pauta propositiva, para não deixar a Casa paralisada pela crise. Conseguimos apontar um caminho para superar isso, votando projetos importantes para o Rio.
Qual foi a maior dificuldade?
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Na negociação da PEC das universidades, num primeiro momento o Governo se mostrava irredutível, e ao mesmo tempo tinha muita pressão, pela própria situação em que as universidades se encontram. Ficamos mediando esses dois lados, mas no fim tivemos uma vitória importante. É uma medida que vai garantir, de fato, a autonomia das universidades.
Na última semana, foram mais de 100 projetos.Por que tudo para a última hora?
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Foi uma iniciativa para aprovar projetos positivos, importantes para o estado, que foram trazidos pelas bancadas e colocamos para votar, unindo o Parlamento. Votamos medidas contra a intolerância religiosa, direitos do consumidor, propostas que aumentam a arrecadação.
Apesar do empréstimo, esse dinheiro não vai resolver as finanças do estado, cujo orçamento já prevê um déficit de R$10 bilhões. Como vai ser a atuação da Alerj?
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Aprovamos todas as medidas para ajudar, duras mas necessárias para superar essa situação. Não existe solução fácil. O Parlamento cumpriu com tudo o que foi exigido dele desde 2015, e continuamos contribuindo. Este ano abrimos mão de dois duodécimos a que teríamos direito, por exemplo. Quanto ao déficit, é possível que as receitas sejam maiores que essa estimativa. Esperamos que a situação seja melhor no ano que vem.
Dizem que Wagner Montes não deve voltar por causa da saúde. Vai continuar no cargo?
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Torço muito pela recuperação do Wagner, que ele volte a dividir o Parlamento conosco, é um ser humano da melhor qualidade. Estou preparado para esse desafio, com o apoio de todos os partidos, que foram fundamentais nessa reta final.
Quais são as perspectivas na Alerj para 2018?
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Será um ano intenso, de CPIs e sessões importantes. Teremos, em fevereiro, a votação dos projetos que regulamentam a decretação do estado de calamidade financeira nos municípios, um instrumento que tem sido usado de uma maneira muito banalizada.