Hoje no Atlético-MG, Fred ganhou uma camisa de Pedro Abad após um treino do Galo nas Laranjeiras
Hoje no Atlético-MG, Fred ganhou uma camisa de Pedro Abad após um treino do Galo nas LaranjeirasDivulgação Fluminense
Por HUGO PERRUSO
Com o interesse do Flamengo em Fred, o receio de ver outro ídolo tricolor jogando no rival, depois de Conca, fez a diretoria do Fluminense mostrar vontade de repatriar o centroavante do Atlético-MG, que ontem anunciou a contratação de Ricardo Oliveira, ex-Santos. O presidente Pedro Abad afirmou ter procurado o empresário do camisa 9 para saber da situação. Entretanto, dificilmente a torcida verá Fred no clube em 2018.
"Claro que a gente teve contato com o agente dele. Só estamos falando que analisamos a situação. Não se trata de criar falsas esperanças. A gente está se movimentando. A importância dele é imensa", frisou Abad.
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Em grave crise financeira, o Fluminense aposta em um ano melhor. Ainda assim não se pode dar ao luxo de grandes investimentos. Um teto salarial não foi estipulado, mas o R$ 1 milhão que Fred recebe não está na realidade do Tricolor, que ainda deve salários, direitos de imagem e 13º ao grupo. O movimento é mais uma tentativa de mostrar interesse.
Na mesma coletiva, o novo diretor esportivo de futebol do Fluminense, Paulo Autuori, chegou exaltando justamente a postura da diretoria tricolor, que mesmo nas dificuldades não fez loucuras em 2017. Contra o que chamou de populismo dos dirigentes, ele reforçou a importância de o clube pensar no futuro, e não no imediatismo para agradar à torcida gastando dinheiro que não tem para reforçar o elenco.
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"É um populismo tremendo. Dirigentes entram com boa vontade, mas o resultado dentro do campo não aparece, há pressão e eles fazem contratações acima do poderio financeiro. Como se parar com isso? Com coragem, transparência, ideias coletivas e pensando na instituição como um todo. Temos que trabalhar por resultados, mas sem esquecer que há uma instituição que precisa do dia seguinte", disse o novo diretor, que antes de fechar com o Tricolor ouviu propostas de Sport e Botafogo, além do Atlético Nacional (COL), que o queria como técnico.
Entre os objetivos no cargo, segundo o próprio Autuori, está o de "resgatar institucionalmente o clube". Ele também chega para ajudar Abel Braga no trato com o grupo, além de trabalhar questões técnicas, como montar um perfil para o elenco, indicar reforços e realizar num projeto conjunto com as divisões de base.
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Apesar do cargo de diretor de futebol, ele avisou que não vai tratar de negociações, uma exigência que fez. As conversas com empresários e clubes sobre valores ficarão a cargo do presidente Pedro Abad, e principalmente, de Marcelo Teixeira, que também ficará responsável por Xerém.
O assunto mais urgente para Autuori resolver no momento é a situação de Gustavo Scarpa. O Palmeiras desistiu da negociação. Corinthians e São Paulo ainda têm interesse, mas consideram difícil contratá-lo. O Fluminense tenta se reforçar usando o meia como moeda de troca.
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"O objetivo é entender que o clube precisa ter grandes jogadores. Abel já falou da necessidade de um grupo competitivo, e não adianta um grande jogador sem uma equipe que possa potencializar sua qualidade. Temos muita coisa a pensar, não só em relação a Scarpa. Não dá para achar que numa tomada de decisão você vai resolver tudo. As ideias existem e tentarei ser o guardião delas em relação ao futebol do Fluminense", explicou Autuori.