Manifestantes ocupam as ruas pelo quarto dia seguido contra decisão de Trump
Em clima de tensão crescente, manifestantes queimam faixas e cartazes com o rosto de TrumpCHAIDEER MAHYUDDIN / AFP
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Ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acendeu um pavio em um barril de pólvora. Ontem, em diversas partes do mundo, mas com mais intensidade no Oriente Médio, dezenas de milhares de manifestantes foram novamente às ruas protestar contra a decisão de Trump. No quarto dia de confrontos e protestos nos Territórios Palestinos, onde quatro palestinos morreram, e de manifestações em vários países, o papa Francisco voltou a pedir sensatez e prudência de todos para evitar uma nova espiral de violência.
Prova da exacerbação das tensões, um palestino apunhalou e feriu gravemente um agente de segurança israelense, segundo a polícia. O palestino foi preso.
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Embora a mobilização popular não seja tão importante como se previa em uma questão tão explosiva como esta, as manifestações prosseguiram ontem. Vários protestos aconteceram no acesso à cidade de Belém, na Cisjordânia ocupada, onde houve confrontos com soldados israelenses. Também aconteceram confusões no campo de refugiados de Arrub, na Cisjordânia.
No Líbano, as forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar uma manifestação perto da Embaixada dos Estados Unidos.
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Confronto no campo diplomático
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E os confrontos diplomáticos também não param: o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que seu país "não abandonará Jerusalém a um Estado que mata crianças". Na outra ponta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou a Europa de ser "hipócrita" e reprovou o fato de não condenar os disparos de foguetes palestinos contra Israel. E respondeu a Erdogan que "não tem que receber lições de moral de um dirigente que bombardeia localidades turcas na Turquia e que prende jornalistas".