Por O Dia
A Polícia Civil já identificou mais e 80 traficantes envolvidos de forma direta e indireta na guerra da Rocinha. A informação foi divulgada pelo delegado da 11ª DP (Rocinha), Antonio Ricardo Nunes, nesta quinta-feira. Entre eles está José Carlos de Souza Silva, o Gênio, um dos possíveis sucessores de Rogério 157. O delegado, entretanto, afirmou que ainda é cedo para cravar quem assumir o comando do tráfico da favela, uma das mais lucrativas do Rio de Janeiro.
Ele é investigado em inquéritos na delegacia por associação criminosa, associação ao tráfico de drogas, disparo de arma de fogo, dano, tráfico de drogas e resistência. Além disso, o traficante é suspeito de participar de um caso de tortura, em 2014, na favela.
Publicidade
"Ele responde também pela invasão da Rocinha, mas ainda não queremos dar nomes. Independente de quem for o sucessor, vamos tirá-lo de circulação. Temos um banco de dados bem robusto para identificar os traficantes que podem assumir o tráfico", explicou Nunes.
Para o delegado, a prisão de uma liderança do tráfico desarticula toda a quadrilha e a facção criminosa. "Todo o comércio de armas e entorpecentes fica dificultado. Essa dúvida causada pela perda da liderança deixa os criminosos sem rumo. O nosso banco de dados vai facilitar muito a nossa investigação", reforçou.
Publicidade
Nunes disse ainda que Rogério circulou por diversas comunidades da facção Comando Vermelho, como Mangueira, Nova Holanda, Fallet e Fogueteiro. "Essa mudança dificultou o trabalho. A primeira fuga dele foi pela mata onde ele se abrigou em uma comunidade da Tijuca", completou.
Fontes da Polícia Civil disseram ao DIA que a primeira fuga de Rogério ocorreu em 17 de setembro, cinco dias antes da entrada do Exército na comunidade. Ele saiu da favela pela mata e chegou até o Morro do Turano, na Tijuca. Lá, o traficante foi recebido com festa por bandidos da mesma facção. Segundo a apuração do DIA, ele voltou diversas vezes para a Rocinha. Em uma das ocasiões, havia uma operação da PM no local.