Hayssa Alves de Souza Andrade, 21 anos, nem conhecia o assassino
Hayssa Alves de Souza Andrade, 21 anos, nem conhecia o assassinoREPRODUÇÃO
Por RAFAEL NASCIMENTO
Uma discussão por causa de uma música em uma festa terminou em tragédia em Campo Grande. Segundo a Polícia Civil, a universitária Hayssa Alves de Souza Andrade, de 21 anos, foi assassinada pelo cabo da PM Jorge Luis Aguiar da Silva, 39 anos, que disparou cerca de 20 tiros contra a jovem.
De acordo com o delegado Fábio Cardoso, titular da Divisão de Homicídios (DH) da Capital, o crime aconteceu porque Jorge, que estava de folga, teria se irritado com o funk que tocava e "faria apologia ao Comando Vermelho". Ainda de acordo com Cardoso, Hayssa e o agressor nunca tinham se visto antes.
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"Após a amiga da vítima colocar a música, o policial foi tirar satisfações com a vítima e com a amiga dizendo que aquilo era música de bandido", diz Cardoso. Testemunhas contaram ainda que, durante a festa, o policial se mostrou arrogante, truculento e ostentava a arma.
Ainda de acordo com o delegado, após Hayssa contestar e perguntar "se ele iria usar a arma para ataca-lá", o militar descarregou a pistola calibre 380 na mulher. "Ele usou todas as balas, que tinha dentro da arma, contra a vítima. Essa arma tem capacidade para 19 munições e uma na câmara. Ou seja, ele pode ter dado até 20 tiros na jovem", lembrou o delegado.
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O laudo de necropsia apontou 36 lesões de arma de fogo na vítima. Vinte e duas balas entraram e 14 saíram. "Isso não quer dizer que ela foi baleada 36 vezes. A vítima teve várias lesões nas mãos e nos braços, típicas de defesa. Essas balas entraram pelos braços, saíram e atravessaram outros órgãos. Por isso, esse número alto de perfurações". Segundo a perícia, os disparos atingiram principalmente as mãos, os braços, o tórax e órgãos internos.
Hayssa e o PM eram convidados de uma festa em sobrado na Rua Camaipi, em Campo Grande, e não se conheciam. Segundo uma prima da vítima, que pediu para não ser identificada, cada um podia escolher uma música e Hayssa escolheu um funk. Segundo ela, o policial começou a ameaçá-la e continuou mesmo após a música ser interrompida. "Ele chutou o copo dela e perguntou por que Hayssa estava rindo. Depois, ameaçou-a de morte e atirou um monte de vezes", contou.
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