Por WILSON AQUINO
Nem mesmo o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o QG onde autoridades militares e civis traçam as estratégias de combate ao crime organizado no Rio, escapou do esquema de propina da quadrilha comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral. De acordo com Flávio Werneck, dono de FW Engenharia, ele teve que pagar os 5% cobrados pela equipe de Cabral para participar desta obra e de outras. Pelas contas de Werneck, a FW pagou entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões.
Werneck, que estaria negociando a colaboração premiada, prestou depoimento, ontem à tarde, ao juiz Marcelo Bretas. Antes dele, o operador financeiro de Cabral, Carlos Miranda, já havia contado que a FW também era responsável pelo pagamento da pensão da ex-mulher de Cabral, Suzana Neves, além de ter feito reformas em três imóveis dela (Araras, em Petrópolis, São João Del Rey, MG, e Lagoa, no Rio). Werneck disse que gastou R$ 3 milhões nas três obras da ex de Cabral.
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Suzana também foi ouvida e garantiu que não tinha conhecimento da origem criminosa do dinheiro. Último a depor, Cabral negou a propina e se confessou muito triste com os amigos que viraram delatores. "Nesses 13 meses de prisão, o que tenho visto é a miséria humana. Primeiro, foi o Carlos (Miranda) e agora, o Flávio (Werneck). É um festival de frustração e desapontamento. Eles estão adaptando seus depoimentos à denúncia do MPF", reclamou Cabral, com a voz embargada.
ADRIANA VAI PARA CASA
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Ontem, o ministro Gilmar Mendes, do STF, aceitou pedido de habeas corpus feito pela defesa da ex-primeira dama, Adriana Ancelmo. Com isso, ela voltará a cumprir prisão domiciliar.