Cartaz colado na entrada da Vila Olímpica de Mesquita informa sobre paralisação das atividades
Cartaz colado na entrada da Vila Olímpica de Mesquita informa sobre paralisação das atividadesLuiz Ackermann / Agecia O Dia
Por Aline Cavalcante
As Vilas Olímpicas da Baixada têm sido celeiro de novos atletas e oferecem gratuitamente aulas de diversas modalidades esportivas. Mas parece que nem todas as prefeituras têm a devida preocupação com os alunos. Em Mesquita, os estudantes não poderão praticar atividades no local por um bom tempo, já que as mesmas estão suspensas. A Vila Olímpica de Nova Iguaçu está fechada, em obras desde 2016.
Em Mesquita, Maria Lima, mãe de um aluno, disse que não recebeu aviso prévio sobre a suspensão da atividade. "Cheguei para trazê-lo para a aula de capoeira, como sempre faço, e soube que não teria mais. Os professores não sabiam o motivo, até eles estavam perdidos", conta.
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Assim como o filho dela, quase dois mil alunos serão prejudicados. No local funcionavam 17 diferentes atividades. O rumo dos professores, cerca de 40, por sua vez, também é incerto. "Fomos dispensados e não sabemos se seremos recontratados. Não tivemos uma explicação verdadeira, o secretário comunicou e não tivemos o que fazer. Espero que paguem o que temos direito", disse um professor que preferiu não se identificar.
A suspensão das aulas tem sido tratada pela Prefeitura de Mesquita como um recesso de fim de ano. Mas o recesso, aliás, só deve acabar em março. "Teremos aulões neste período e voltamos algumas atividades em fevereiro e só completamos o quadro em março", disse o secretário de Esporte e Lazer, Kleber Rodrigues.
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A Prefeitura de Mesquita negou que tenha demitido funcionários e que está em processo de contratação de outros profissionais pelo regime CLT. E informou que a pista e a academia estarão liberadas para o público, de 6h às 11h e de 14h às 22h.
Em Nova Iguaçu, 180 alunos estão sem as aulas que funcionavam na Vila Olímpica. A reforma que começou no ano passado só deve acabar no ano que vem, no primeiro semestre, mas ainda não tem data definida. "Corria na pista, que estava precária, mas ainda tinha um local para me exercitar. As obras estão demorando muito", reclamou André Arthur, 28 anos.
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Em Belford Roxo, apesar de estar funcionando e os funcionários manterem a limpeza, as condições não são boas. "Fica muito difícil treinar assim. Nossos atletas sofrem com isso", pondera a professora de atletismo Suelen Freire. Ao que parece, a reclamação de Suelen será resolvida. A Vila Olímpica está em reforma e a pista é prioridade, segundo a prefeitura. Com as obras, o atendimento passará de 2,6 mil pessoas para 16 mil.
A pista de atletismo em São João de Meriti também é problema. Mesmo assim, o local funciona todos os dias e as atividades só param nos feriados.
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ONDE FUNCIONA
Enquanto em alguns municípios as vilas estão paradas, em Nilópolis tem até sala de musculação. "Eu pagava academia e saí para malhar aqui. Tenho mais atenção do professor e ainda economizo", destaca Carla Calazans, 40. Os alunos têm horário fixo agendado e direito a uma hora para malhar. Já em Queimados, os alunos têm aula de ballet, jazz, capoeira e judô, entre outras. O espaço tem 1,5 mil alunos. Reformada este ano, o local ganhou até campo de grama sintética.
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