Ana Carolina Lynch
Psicanalista com especialização em treinamento empresarial e consultora em gestão de pessoas
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Ana Carolina Lynch Psicanalista com especialização em treinamento empresarial e consultora em gestão de pessoas Divulgação
Por Ana Carolina Lynch Psicanalista com especialização em treinamento empresarial e consultora em gestão de pessoas

Rio - Talvez não seja a hora de grandes revoluções, mas de firmar as bases para realizações no médio prazo. No trabalho, nos empreendimentos, no campo pessoal, o desejo por mudanças é comum. E os mais obstinados cantaram metas como mantras aos 31 de dezembro imbuindo-se de promessas, como se todo o feito dos 364 dias anteriores devesse ser revisto. Isso tem relação com a catarse coletiva que ocorre nas passagens de ciclos, em parte para aliviar insatisfações, evocar renovação, mas também como efeito de cobranças sociais e mercadológicas que servem a alimentar a ansiedade e um círculo vicioso de frustrações. Bons desejos e projetos são fundamentais, mas sem obsessões.

Para muitos, a agenda de resoluções acaba cumprida apenas parcialmente, ou abandonada. Esse fenômeno pode, sim, ocorrer por falta dos tão repetidos foco e empenho; porém há outra explicação alentadora: nem tudo precisa mudar, muito menos de uma só vez e todos os anos. Isso seria demasiadamente estressante. Há os que acham que fracassaram ou não fizeram as melhores opções, sem perceber que projetos têm tempo de maturação. É planejar, mover-se e seguir.

Mas o essencial, antes de tudo, é descobrir aonde se quer chegar e traçar caminhos, que podem mudar segundo fatores externos, incluindo riscos. É preciso desenvolver ainda a capacidade de assumir missões possíveis, balancear expectativas, aprender a lidar com espera, prazos, além de identificar sinais que indiquem necessidade de readaptação. Afinal, pequenas conquistas podem ser mais interessantes do que viradas bruscas, precedendo transformações maiores que requerem experimentação, principalmente na área profissional.

Até dar um passo atrás é parte do jogo, pois não há mal em admitir que a tática inicial não era tão boa. Nem demérito nesse movimento. Ao contrário, indica abertura e maturidade para reconhecer falhas. Na guerra, o recuo é estratégico e já resultou em vitórias. O importante é não perder os planos e buscar aconselhamento quando necessário. Ninguém precisa assumir o encargo de avançar só.

E uma vez concretizada, cada etapa deve ser celebrada como frutífera. Não se traduza isso necessariamente por festa. Cada pessoa tem seu estilo para pontuar sucessos, mesmo discretamente. Contentar-se, no entanto, faz parte do processo de conquistas, as fortalece. Quem não comemora desafios vencidos perde a amplitude de que foi bem-sucedido. É preciso ter alegrias no dia a dia, e que venham também de vitórias.

Ana Carolina Lynch é psicanalista com especialização em treinamento empresarial e consultora em gestão de pessoas

 

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