Roberta Rodrigues no desfile do Salgueiro 2018 - Reprodução
Roberta Rodrigues no desfile do Salgueiro 2018Reprodução
Por BRUNNA CONDINI

Rio - O Salgueiro fez um tributo às mulheres negras, com o enredo 'Senhoras do Ventre do Mundo'. E a atriz Roberta Rodrigues reinou poderosa representando Xica da Silva na madrugada desta terça-feira na Sapucaí. Xica também foi o primeiro enredo do desfile na Presidente Vargas da Vermelha e Branca, em 1963.

"Fiquei muito emocionada. Fico arrepiada só de falar. A última vez que desfilei foi em 2009, e a escola foi campeã. Acho que sou pé-quente! Quando acabou o desfile, todo mundo na arquibancada gritava: 'É campeã!'". E bota fé: "Soube que o Salgueiro já ganhou o Estandarte de Ouro como melhor escola. É o primeiro passo para essa escola que vibra amor ganhar o campeonato".

Roberta fala do seu afastamento do Carnaval carioca nos últimos anos. "Não foi nada pensado e nunca deixei de acompanhar. Sou muito amiga da Vivi Araújo. Amo! Acho a performance dela incrível", diz, referindo-se à rainha de bateria da agremiação.

Animada, a atriz se define 'salgueirense doente'. "Final com Salgueiro pra mim é tipo final do Flamengo. Loucura! aliás, Flamengo e Salgueiro se combinam nas paixões que despertam". E ressalta que essa paixão a acompanha bem antes do estrelato. "Sou salgueirense desde pequena. Ia até para ensaio de rua. Me juntava com as amigas do Vidigal, pagávamos uma kombi e íamos pro samba. Foi a primeira escola em que desfilei", lembra ela, que também já saiu na Grande Rio, na Imperatriz Leopoldinense e na Portela.

CARNAVAL COMO VOZ

Roberta estava na Avenida acompanhada do marido, Guilherme Guimarães, com quem tem Linda Flor, que comemora seu primeiro aniversário após o Carnaval, com uma festa dia 24. "A Flor ficou no Vidigal com minha mãe. Ela é uma criança muito amorosa, carinhosa. Só chora com fome, como a mãe", confessa, aos risos.

Para ela, era grande a responsabilidade de representar na Sapucaí uma personagem como Xica da Silva. "Vi minha história como mulher negra. O Salgueiro é uma escola que leva essa coisa de falar da nossa cultura a sério. Tenho admiração. O povo acaba sabendo mais da sua história".

Num ano de muitos protestos na folia, a carioca exalta a importância da visibilidade que a festa dá. "Foi um ano difícil. Mas o Carnaval é do povo e um espaço para falarmos também do que nos aflige", pondera. "Este ano, foi exposto como estamos abandonados, principalmente os cariocas. O mundo inteiro foca no país e pôde ouvir a voz do povo. Queremos um Brasil melhor para os nossos filhos".

ALEGRIA EM FAMÍLIA

Ela conta que acompanha os desfiles das escolas de samba desde a infância e que esse era um ritual importante. "Para minha família, todo Carnaval é como se fosse Natal e Ano Novo. Nos reuníamos para juntar dinheiro e comprar carne. Tinha churrasco nos quatro dias. Colocávamos a TV e sambávamos o tempo todo. Fazia as coreografias, me sentia a rainha da bateria. Isso já com 7 anos".

O OUTRO LADO

Roberta revela que está mais dona de si com as descobertas da maternidade, as novas vivências, e que isso também se reflete no campo profissional. Ela estará na próxima novela das 21h da Globo, 'Segundo Sol', de João Emanuel Carneiro. "Faço algo completamente diferente do que fiz até hoje. Sou grata a todos os personagens, mas posso mais. A Doralice é mesmo um presente! Uma nutricionista, mãe de dois filhos, mas louca de ciúme do marido. A ponto de agredi-lo. Ama demais. Aguardem".

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