Rio - A Mangueira revelou nesta terça-feira o maior segredo de sua nova gestão. A diretoria de Chiquinho da Mangueira lançou um projeto de captação de recursos através de uma plataforma virtual, sem valores ou frequência pré-definidas. O Objetivo da escola é de financiar o Carnaval e os projetos sociais existentes. "Patrocinador Apaixonado" é o nome do projeto lançado junto à empresa Um a Mais, do cineasta Antonio de Andrade e da engenheira de produção Mariana Spinelli.
Em entrevista coletiva no barracão da Verde e Rosa, o presidente marcou presença junto com sua equipe para explicar a estrutura do "maior patrocínio da história do Carnaval", onde a agremiação confia na força de seus torcedores e admiradores para colaborar financeiramente com a escola. Segundo ele, a ideia não é jogar a subvenção disponibilizada tradicionalmente.

"Nós não queremos nem podemos abrir mão da subvenção da Liesa e dos órgãos públicos. Este é um projeto que vai acrescentar um algo a mais, um detalhe a mais. Nós acreditamos na força da nossa torcida, acreditamos no potencial dos mangueirenses. Fizemos uma pesquisa e vimos que temos mais de 30 milhões de pessoas que amam a nossa escola e são essas pessoas que podem e vão nos ajudar de alguma maneira. Este é um tipo de patrocínio diferenciado, inovador, mas que confiamos em ser um grande sucesso", disse Chiquinho, que explicou como vai funcionar a questão do novo patrocínio.
"É um projeto aberto para pessoas físicas e jurídicas. Não há valor determinado, não há obrigatoriedade. Colabora quem puder e da maneira que puder. Nós assumimos a Mangueira numa condição muito precária. Quadra e barracão estavam impraticáveis. Desde então começamos a reconstruir a nossa escola. É isso que nós queremos. Vamos trabalhar de uma maneira transparente e de seis em seis meses divulgaremos um balanço com todos os recursos captados e investidos neste projeto", comentou.
O novo patrocínio mangueirense é o primeiro do modelo no cenário carnavalesco. De acordo com a diretoria, 4% dos recursos captados ficarão retidos em razão de impostos. A ideia inicial é que a escola possa usufruir do novo projeto já para o desfile deste ano, mas o presidente garante que não é uma questão de necessidade que fez o projeto ser lançado.
"Isso é um algo a mais. Garanto para vocês que a Mangueira estará com o Carnaval pronto a sete dias do desfile. Este é um projeto que vai mais além do que o imediato, sabemos dos riscos e acreditamos em sua propagação. Nós temos uma nação, a Mangueira é um país e assim vamos mostrar a nossa força. Da mesma maneira que aconteceu na década de 90, estamos com um novo patrocínio, mas agora de uma maneira inovadora", disse.

Com o projeto lançado, os contribuintes poderão "patrocinar" a escola com qualquer quantia. O processo acontece totalmente de maneira virtual e foi possibilitado através de uma parceria com a Cielo. Cada tipo de colaboração (variando de acordo com o valor) dará aos contribuintes uma espécie de contrapartida. Diplomas, camisas e até entradas para o camarote oficial da Verde e Rosa nos dias de desfile serão disponibilizados para certos modelos de patrocinadores. A expectativa da Mangueira é ver o projeto se manter e conseguir estreitar ainda mais a relação com seus torcedores.
"A nossa expectativa é a melhor possível, mesmo optando por não falarmos de valores agora. Sabemos que existe um grande potencial nisso tudo e confiamos que tudo correrá da melhor maneira possível. Temos uma grande massa de mangueirenses apaixonados e agora eles estarão ainda mais perto da gente, do nosso trabalho. Assim eles vão se fazer mais presentes, vão cobrar e acompanhar ainda mais todo o nosso cronograma de trabalho", finalizou.
Quando assumiu a Mangueira, o presidente Chiquinho se deparou com uma dívida de cerca de R$ 12 milhões e a dificuldade de obter as certidões negativas que possibilitariam a escola de fechar grandes patrocínios. A nova campanha é a grande aposta da gestão para produzir um maior banco de recursos financeiros, mas não terá seus fundos direcionados para as dívidas existentes na agremiação.