Funcionários públicos de Coari, no Amazonas, incendeiam casa do prefeito
Servidores estão sem receber salário desde agosto de 2014. Câmara de Vereadores do município também sofreu ataques
Por paulo.lima
Coari, AM - Funcionários públicos da cidade de Coari, no Amazonas, distante 363 km da capital Manaus, destruíram e incendiaram as duas casas do prefeito da cidade, Igsson Monteiro (PMDB), na manhã de quarta-feira. Além da propriedade, os manifestantes incendiaram a Câmara Municipal, depredaram e saquearam a casa de três vereadores e jogaram o carro do prefeito no rio Solimões.
Servidores públicos de Coari estariam a mais de cinco meses sem receberDivulgação
Segundo informações da Polícia Civil do estado do Amazonas, aproximadamente 400 pessoas se reuniram na frente da casa de Igsson Monteiro para protestar contra a falta de pagamento do salário dos servidores, que não é efetuado desde agosto de 2014. Alguns dos funcionários também estariam sem receber o décimo terceiro.
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Os manifestantes invadiram as duas casas do prefeito e destruíram eletrônicos, móveis e, logo após, incendiaram as residências, que ficaram totalmente destruídas. Em seguida, incendiaram a Câmara Municipal e casa de três vereadores: Passarão (PTC), Saluciano Junior (PMDB) e Igseu, também conhecido como Bat (PMDB), presidente da Câmara e irmão do prefeito.
Um manifestante foi preso por incitar a violência, mas foi liberado em seguida. De acordo com a Polícia Militar do estado, Coari ganhou reforço de policiais militares e do Batalhão de Choque. Os oficiais vão permanecer na cidade até que a situação no município esteja totalmente controlada.
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Vítima acusa antecessor
Nesta quinta-feira, o prefeito Igson Monteiro classificou as manifestações de quarta-feira como atos políticos e acusou o ex-prefeito Adail Pinheiro, que está preso, de comandar as depredações. “Foi vandalismo, não manifestação”, disse.
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O prefeito assumiu a prefeitura quando o ex-prefeito Adail Pinheiro, de quem era vice, foi preso, no início de 2014, por chefiar uma rede de exploração sexual na cidade. Mas Monteiro também pode ser obrigado a deixar o cargo, pois, em dezembro, o Supremo Tribunal Federal cassou o mandato dos dois pela Lei da Ficha Limpa, porque Adail já tinha condenação. O prefeito interino continua no cargo porque o Supremo entrou em recesso, e o acórdão da decisão ainda não foi publicado.