Rio - A Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus, afirmou que a Justiça considerou ilegal a paralisação de 48 horas dos rodoviários do Município do Rio, que teve início na madrugada desta terça-feira. De acordo com a decisão da juíza Andréia Florêncio Berto, Hélio Alfredo Teodoro, Maura Lúcia Gonçalves, Luís Claudio da Rocha Silva e Luiz Fernando Mariano, líderes da comissão de grevistas, estão proibidos de incitar os grevistas e se aproximarem das garagens das empresas.

A Justiça, que lembrou da violência na paralisação da última quinta-feira, fixou multa de R$ 10 mil por cada ato de descumprimento da decisão. Já a Rio Ônibus afirmou que vai entrar na manhã desta terça com um pedido no Tribunal Regional do Trabalho para que considere ilegal e abusivo a greve.
O sindicato das empresas afirma que está em vigência um acordo firmado com o sindicato dos rodoviários que assegura o reajuste salarial de 10% e o aumento de 40% da cesta básica, retroativos ao dia 1º de abril, que já estão sendo pagos agora no mês de maio.
Greve foi decidida após audiência
A audiência de conciliação na tarde de segunda-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), entre a comissão do movimento Rodoviário em Luta, que lidera a greve, o Rio Ônibus (que representa as empresas) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Urbanos (Sintraturb), que é contra a paralisação, terminou sem acordo. A decisão de parar foi tomada logo após a reunião, em assembleia em frente ao local.
Os líderes da comissão de dissidentes do sindicato que participaram da audiência comunicaram aos mais de 500 rodoviários presentes que o Rio Ônibus se negou a fazer uma contraproposta e manteve o acordo fechado com o Sintraturb de reajuste de 10% e R$ 140 de cesta básica. Os grevistas pedem aumento de 40%, R$ 400 de auxílio-alimentação e fim da dupla função (ônibus sem cobradores).
Na quinta-feira passada, por conta da greve dos rodoviários, manifestantes realizam piquetes nas garagens das empresas, a maioria na Zona Oeste. De acordo com a Rio Ônibus, 325 coletivos foram depredados. Apenas 30% da frota circulou nas ruas, ainda segundo a entidade que representa as empresas.