Rio - A família da professora de inglês Najla da Cunha Salem, de 42 anos, de Volta Redonda, no Sul Fluminense, pediu ajuda ao Itamaraty para que o Ministério das Relações Exteriores ajude a buscar informações sobre o paradeiro dela.
Najla está desaparecida desde o dia 1º de fevereiro, quando tentava entrar clandestinamente nos Estados Unidos pelo deserto do Texas. A última notícia recebida da professora, de acordo com o tio dela, Luiz Antônio da Cunha, foi de um homem que estava no mesmo grupo em que a sobrinha, e que ligou para o namorado dela, que mora em Nova Iorque, e com quem ela iria se encontrar, dizendo que, supostamente, Najla teria morrido de parada cardíaca durante a travessia.

Luiz Antônio comentou que Najla viajou no dia 21 de novembro do ano passado para o México, a fim de entrar nos Estados Unidos pela fronteira entre os dois países. Ela teria efetuado, ainda no Brasil, o pagamento de U$ 20 mil para fazer a travessia. O homem que intermediava a viagem, no entanto, não teria repassado o dinheiro aos "coiotes" (pessoas que receberam para conduzir imigrantes ilegais pela fronteira dos Estados Unidos) e ela teria pago mais U$ 20 mil quando chegou ao México.
No dia 1º de fevereiro, Najla chegou a ligar para o namorado em Nova Iorque, informando que já estava em território americano. A ligação foi feita da cidade de Mac-Allen, no Estado do Texas. Najla, na ocasião, disse que teria de caminhar a pé cerca de 20 quilômetros até Houston. Depois, ela ia se encontrar com o filho, de 12 anos, e com o namorado em Nova Iorque. Desde então, porém, não fez mais contato algum.
O tio da professora disse que o namorado dela detalhou que o homem que o teria ligado no dia 1º, contou que Najla estava muito fraca e que morreu no deserto, onde o corpo teria sido deixado pelo grupo que estava com ela. A família teme que ela tenha sido enterrada como indigente. O namorado e o filho vivem legalmente em Danbury. O rapaz tem visto permanente e o menino, dupla nacionalidade.