PF prende funcionários da Anvisa e policiais federais do Porto do Rio
Trezentos agentes, com o apoio da Marinha, cumprem oito mandados de prisão temporária em quatro pontos do estado
Por O Dia
Rio - A Polícia Federal realiza, nesta quarta-feira, uma operação para prender funcionários da Anvisa e agentes da própria PF, acusados da facilitar, de forma irregular, o desembaraço na imigração e nos procedimentos de tráfego marítimo no Porto do Rio. Trezentos policiais federais, com apoio da Marinha do Brasil, cumprem oito mandados de prisão temporária, 33 de condução coercitiva e 37 de busca e apreensão na capital, Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti. A ação também acontece em Paranaíba, no estado do Piauí.
"Os órgãos facilitavam. As pessoas tinham uma burocracia a serem cumpridas que serve para preservar a segurança e saúde pública. Isso requer tempo e as empresas não queriam esperar. Há um prazo curto para o barco atracar, carregar e descarregar. Então eles buscavam as facilidades junto aos órgãos públicos que faziam vista grossa ao não realizarem as vistorias nas embarcações e não exigirem documentos", disse o delegado da Polícia Federal, Renato Madsen.
A investigação durou um ano e seis meses. Dos oito mandados de prisão, cinco são contra funcionários da Anvisa e três contra policiais federais. Um praça da Marinha também foi conduzido coercitivamente. Segundo as investigações, os funcionários da agência emitiam o certificado de controle sanitário de bordo das embarcações sem inspecioná-las. Já os policiais federais não adotavam o procedimento imigratório regular. Segundo Renato Madsen, os agentes da PF, veiculados da superintendência, devem ser demitidos do órgão.
Foram apreendidos celulares, documentos, mais de R$ 50 mil em espécie. Já na casa de um servidor, os agentes encontraram aproximadamente 5 mil dólares.
Os presos foram indiciados por corrupção ativa, corrupção passiva, concussão — quando servidor público exige dinheiro ou vantagem em razão da função que ocupa —, inserção de dados falsos em sistemas, organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, dentre outros.