Rio - O aposentado Jonas Correia de Carvalho, de 60 anos, acordou ontem, por volta das 7h30, com um barulho muito forte. Foi até a entrada da casa e se deparou com o ônibus da linha 685 (Méier-Irajá) em seu muro. O acidente, ocorrido na Rua Maria Lopes, em Madureira, deixou 23 pessoas feridas. Segundo passageiros, o motorista estava em alta velocidade na hora da colisão e teria perdido o controle. Ele ficou preso às ferragens por 40 minutos e foi resgatado por bombeiros.
“Eu vi muitas pessoas com sangramento no rosto. O ônibus estava cheio, inclusive com estudantes. Minha esposa e minha filha são médicas e ajudaram nos primeiros socorros até os bombeiros chegarem”, contou o aposentado. Segundo ele, os passageiros reclamaram da velocidade do coletivo.

“O pessoal que estava no ônibus disse que ele estava correndo bastante. Nesse ponto os motoristas costumam passar muito rápido.” Além de dirigir, o motorista cobrava as passagens.
As vítimas, todas sem gravidade e com idades entre 16 e 79 anos, foram encaminhadas para os hospitais Salgado Filho, no Méier; Carlos Chagas, em Marechal Hermes; e Rocha Faria, em Campo Grande.
Em nota, a Rio Ônibus informou que o consórcio Internorte, responsável pela linha, está prestando assistências às vítimas e vai colaborar para elucidar a causa do acidente. As imagens do circuito interno do coletivo serão entregues à polícia.
De acordo com a prefeitura, o coletivo que se envolveu no acidente, com placa KYP 0456, foi multado 13 vezes no ano passado. Dessas infrações, nove foram por trafegar com 20% a mais da velocidade permitida. As demais foram por ultrapassar sinal vermelho e estacionamento irregular. Os dados não revelam se o motorista era o mesmo.
Cariocas correm mais que paulistanos
O DIA mostrou, no último domingo, que os coletivos do Rio foram multados 25.755 vezes por ultrapassar o limite de velocidade das vias no ano passado. Na capital paulista, apesar da frota de ônibus de 15 mil, quase o dobro da carioca (8,7 mil), o número de multas por esta infração no período foi de apenas 979, segundo a SPTrans. Portanto, o número de multas por excesso de velocidade dos coletivos cariocas é 50 vezes maior do que o dos paulistanos. A Rio Ônibus (associação das empresas) não informou quantos motoristas perderam a carteira.