Para ter peças e acessórios exclusivos não é preciso pagar caro ou ir longe. A segunda Puff-Feira Pop vai oferecer hoje, em Nova Iguaçu, opções para quem não segue as tendências do mercado. Dez marcas confirmaram participação no evento, que terá também música e poesia, com Lisa Castro. A Puff será das 16h às 22h, no bar Botequim Estação Floresta, na Rua Floresta Miranda 79, Centro.

Além da Brechó Dona Pavão, participarão Joana Dark (roupas femininas em estilo roqueiro), Bendita Ideia (bottons, ímãs e afins), Flower Brechó (brechó e bazar), Emana (roupas), Bonitinha Necessária (estojos, bolsas e bottons) e Dani Ribeiro (bonecos e objetos ligados a religiões africanas) entre outras.
As peças serão vendidas a preço de custo ou metade do praticado no mercado. Adriano Cor explica que a feira surgiu da necessidade de ter um evento focado em moda na região. Segundo ele, a Puff não se limita a seguir tendêndias e prova que a Baixada produz moda urbana criativa.
“Se a Zona Sul do Rio tem a Feira Hype, que reúne marcas famosas de várias partes do mundo, por que a Baixada não pode ter a sua, com suas marcas independentes”, diz.
Uma das expositoras, a fisioterapeuta Renata Vigné conta que sua opção pela arte foi para superar a perda da mãe. Após a morte dela, começou a fazer mandalas (significa círculo em sânscrito). “Comecei a fazer as mandalas como hobby, para conseguir espairecer e desfocar a falta que sentia da minha mãe. E hoje vivo disso”.
Hoje, ela vai oferecer modelos com desenhos geométricos, indianos (Yin e Yang) feitos em vitrais de acrílico. As peças, que custariam de R$ 32 a R$ 279, serão vendidas de R$ 25 e R$ 45. “Vejo a Puff como uma oportunidade de mostrar e vender minha arte na minha região”, comenta Renata.
O artesanato mudou também a vida de Fabiana Pinel, 23 anos. A jovem bailarina, que sofria abusos e agressões do antigo companheiro, encontrou nas guirlandas de flores e imãs de geladeiras com fotos de mulheres e transexuais uma forma de conscientizar homens e mulheres sobre os conceitos feministas. Custam R$ 7 (imãs) a R$ 30 (guirlandas).
O espaço que o bar ocupa também reforça a ideia que a feira propõe: a quebra de paradigmas. O botequim carrega em sua trajetória o apoio à cena cultural da cidade.
As paredes rústicas recebem semanalmente desde samba a rock progressivo. De acordo com a dona, Giselle Egalon, 34, eventos do gênero ajudaram a construir a personalidade alternativa que o bar apresenta. “Amo as intervenções culturais e adorei a última feira”, afirmou a empresária iguaçuana.
Peças de brechó, mas com estilo

Com peças de brechós, Priscila Bispo e Adriano Cor, criadores há seis meses da marca Brechó Dona Pavão, estão produzindo, pela segunda vez, a feira que tem o intuito de levar para a Baixada peças que não estão penduradas nas araras das lojas, com preços generosos. “Nós acreditamos na arte como comunicação. E sabemos o quão difícil é manter o estilo aqui na região, sem muito acesso”, afirma Cor.
Priscila e Adriano percorreram diversas feiras de moda do Rio até criar seu próprio evento. Segundo eles, a Puff apresenta ao público marcas independentes, que ampliam o mercado. “As pessoas perguntam: onde você comprou essa blusa? Então, vimos que a Baixada carecia de algo do tipo”, comenta Priscila.
Reportagem Marcelle Bappersi