Rio - O juiz marcou para março de 2018 a primeira audiência de instrução e julgamento da médica Haydee Marques da Silva, acusada de homicídio doloso — com intenção de matar — por recusar socorro ao menino Breno Rodrigues Duarte da Silva, de um ano e meio, que acabou morrendo. O caso aconteceu em junho deste ano.
Na audiência, que será realizada no dia 9 de março, serão ouvidas testemunhas apresentadas pela Ministério Público. As mesmas serão usadas pela defesa de Haydee.

Na mesma decisão, o magistrado manteve as medidas cautelares impostas contra a médica, entre elas comparecer todo mês em juízo para justificar atividades e não se ausentar da cidade sem autorização judicial. O descumprimento de qualquer uma das medidas pode acarretar na sua prisão preventiva.
Relembre o caso
A médica Haydee Marques da Silva se recusou a atender e levar para o hospital o bebê Breno Rodrigues Duarte da Silva, que acabou morrendo por complicações em seu quadro clínico cerca de uma hora e meia depois da omissão de socorro.
A justificativa da médica, segundo testemunhas, era que tinha acabado o seu turno. A criança faleceu após vomitar e se engasgar, enquanto esperava por outra ambulância.

Em depoimento, Haydee afirmou que não tinha responsabilidade na morte de Breno por não ser pediatra. "Estou triste e muito abalada pela criança ter morrido, mas não estou arrependida porque não fiz nada de errado do código de conduta médica. Eu pedi outra unidade, com pediatra para atendê-lo. Não sou pediatra, não sou neurologista, pedi à outra unidade de ambulância para atender esta criança. Disseram que a unidade estava indo”, disse.
Haydée também possui uma anotação criminal por agredir uma paciente no ano de 2010. Após a repercussão do caso de Breno, a Justiça aceitou o pedido do Ministério Público e mandou suspender imediatamente o registro profissional dela no Conselho Regional de Medicina (Cremerj).