Depois de muitas reuniões com sua equipe de marketing nos últimos dias e da "jogada de mestre", como ele classificou a intervenção no Rio de Janeiro, o presidente Michel Temer se disse ontem decidido a concorrer a um novo mandato.
Em entrevista à revista Istoé que chega às bancas hoje "seria uma covardia não ser candidato" e que pretende defender, ele mesmo, o legado de seu governo e a continuidade das políticas atuais. O emedebista lembrou que todos os demais presidentes tentaram a reeleição. Não repetir esse gesto, segundo ele, poderia passar a imagem de que estava se escondendo e que os demais candidatos se sentiriam livres para "bater" em sua gestão.
"Acho que seria uma covardia não ser candidato. Porque, afinal, se eu tivesse feito um governo destrutivo para o país eu mesmo refletiria que não dá para continuar. Mas, pelo contrário, eu recuperei um país que estava quebrado. Literalmente quebrado. Eu me orgulho do que fiz. E eu preciso mostrar o que está sendo feito", disse Temer, em entrevista realizada na quarta-feira.
Temer, que disse ter tomado a decisão "de um mês e meio para cá", avaliou que o ideal seria ter apenas uma candidatura de centro, mas que o cenário que se desenha são de vários nomes. Ele ainda afirmou que o MDB já prepara uma espécie de "Ponte para o Futuro 2", documento que norteou sua política econômica.
Apesar dos índices baixos de popularidade, o presidente já vinha avisando a aliados que disputaria a eleição. Temer avalia que o quadro político mudou com as candidaturas de Alckmin (PSDB) e Rodrigo Maia (DEM) e aposta na recuperação da economia e na intervenção no Rio para se cacifar. O presidente aposta e chega a incentivar mais candidaturas de centro. A ideia é que, com o voto pulverizado, ele possa conseguir vaga no segundo turno.
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