Para o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, Moro transcendeu a Lava Jato Nelson Jr./STF
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Publicado 02/04/2018 03:00

Depois de dois dias, os presos na Operação Skala deixaram a cadeia na noite de sábado, por volta de 23h50, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. Dentre eles, estavam os amigos do presidente Michel Temer.

"Tendo as medidas de natureza cautelar alcançado sua finalidade, não subsiste fundamento legal para a manutenção", escreveu o ministro relator na decisão. A Operação Skala apura supostas irregularidades na edição do Decreto dos Portos.

Entre empresários e ex-agentes públicos, foram soltos o advogado José Yunes, amigo do presidente há mais de 50 anos e ex-assessor dele na Presidência; o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, também coordenador de campanhas eleitorais de Temer; e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, pai do líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP).

Os nove estavam na carceragem da Polícia Federal em São Paulo (uma estava no Rio de Janeiro) e saíram ao mesmo tempo. O único que falou com a imprensa foi Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura, que agradeceu o ministro do STF por sua "presteza". Barroso atendeu a um pedido formulado ontem à tarde pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Em nota, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que "as medidas cumpriram o objetivo geral".

Assim que saiu a decisão, os advogados começaram a chegar à sede da PF. Mauricio Silva Leite e Cristiano Benzota, que atuam da defesa do coronel João Batista Lima, disseram que a decisão foi "de extrema importância", "principalmente em razão dos problemas de saúde que ele possui". José Luis Oliveira Lima, o advogado de José Yunes, disse que a decisão "é a demonstração clara de desnecessidade da prisão" e que o amigo de Temer "teve sua reputação atingida sem ter praticado nenhuma conduta ilícita".

EXTERIOR

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ontem que três investigados na mira da Operação Skala que se encontram no exterior deverão se apresentar à Polícia Federal no momento do desembarque, e ser imediatamente levados para a prestação de depoimentos à PF e a representantes do Ministério Público Federal. A decisão atinge Rodrigo Borges Torrealba, Ana Carolina Borges Torrealba Affonso e Gonçalo Borges Torrealba, membros da família que controla o Grupo Libra e que se encontram no exterior. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já informou que os três estão dispostos a se apresentar à autoridade policial assim que retornarem.

 

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