Jair Bolsonaro fala sobre opção pelo silêncio no caso Marielle FrancoPaulo Cappelli
Por PAULO CAPPELLI
Publicado 20/03/2018 03:00 | Atualizado 20/03/2018 16:42

Rio - Em declaração exclusiva ao Informe, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) revela por que mantém o silêncio e prefere não se pronunciar sobre o assassinato de Marielle Franco, vereadora filiada ao Psol, partido de esquerda que defende ideologia oposta à dele. Diferentemente dos outros pré-candidatos à Presidência, Bolsonaro não se manifestou sobre o crime. A seguir, sua resposta para isso:

"Eu me posicionei, diferentemente dos outros pré-candidatos, em quase todos os episódios envolvendo outros assassinatos no Rio de Janeiro, entre eles de policiais militares. E os outros pré-candidatos não falaram absolutamente nada. Neste caso, dado o simbolismo dela (Marielle), qualquer coisa que por ventura eu viesse a falar seria potencializada e distorcida contra mim. Então, no momento, eu me resguardo o direito de permanecer em silêncio nesse caso e aguardo a conclusão das investigações."

'Nada a declarar'

A Coluna perguntou se Bolsonaro teria se pronunciado sobre o crime caso Marielle Franco não fosse do Psol. "Nada a declarar", ele respondeu. O pré-candidato aceitou que as respostas fossem registradas em vídeo. Abaixo, o conteúdo sem cortes.

Episódio Maria do Rosário

Sobre a entrevista publicada aqui ontem com a pré-candidata à Presidência Manuela D'Ávila (PCdoB), Bolsonaro disse que vai processá-la. "Ela me acusou de defender que mulheres sejam estupradas. Mas em momento algum eu disse isso. Já acionei os meus advogados."

O novo corregedor da PM

A Polícia Militar tem um novo corregedor interno. O coronel Márcio Vaz Lima foi nomeado, sem alarde, no boletim da corporação publicado na quinta-feira. Antes de assumir o posto, era diretor-geral de Ensino e Instrução da PM.

Cargo estratégico

A nomeação pegou setores da PM de surpresa pela inexperiência de Lima na corregedoria — talvez a cúpula da intervenção tenha buscado justamente um nome 'de fora' para o cargo. Lima é visto como um policial de conduta correta.

O perigo da criminalização da política

'Político bom é político morto', diz o adesivo desse carro, em Bangu. A mensagem mexeu com o vereador Luiz Carlos Ramos Filho (Pode), dias após o assassinato da colega de Parlamento Marielle Franco. "Intolerância e raiva só trazem desgraça. Não levam a lugar nenhum", diz. A Coluna vai além: a generalização do 'todo-político-não-presta' só interessa aos maus políticos.

Vereador Luiz Carlos Ramos Filho encontra carro em Bangu com ameaça a políticosDivulgação

Sindicância

Por ordem do interventor federal, o general Braga Netto, a Polícia Civil abriu sindicância para apurar o vazamento, para a imprensa, de vídeos e do depoimento da testemunha no caso Marielle Franco.

De Eduardo a Eduardo

O PRB do prefeito Marcelo Crivella voltou a apoiar o deputado federal Indio da Costa (PSD) ao governo do estado. E o presidente do PRB-RJ, Eduardo Lopes, animou-se: "Nas pesquisas, o Indio só aparece atrás do Eduardo Paes (MDB), que hoje está inelegível."

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