Consequências da pandemia de covid-19 afetam o mercado financeiro brasileiroReprodução/Internet
Por MARTHA IMENES
Publicado 26/03/2018 22:54

Rio - Os clientes que têm dívidas com bancos devem aproveitar a redução de juros para negociar e tentar saldar os débitos. Grandes instituições, como Itaú e Banco do Brasil, anunciaram que diminuiriam ontem as taxas de várias modalidades, seguindo a queda da Selic, que na semana passada caiu de 6,75% para 6,5% ao ano. O Bradesco também prometeu repassar o corte da taxa básica aos clientes. Em alguns casos, os bancos dão descontos de até 70% para a quitação total da dívida.

E quem está no vermelho deve procurar o gerente do banco para negociar, orienta Sonia Amaro, coordenadora da Proteste Associação de Defesa do Consumidor. Segundo Gilberto Braga, especialista em Finanças do Ibmec e da Fundação D. Cabral, os consumidores com dívida contratada há pelo menos seis meses também conseguem reduzir os juros em boas condições.

"É uma redução de aproximadamente 20% nos juros (não no principal). Isso representa uma redução da prestação. Também pode ser uma redução geral para quitar a dívida que pode ser negociada caso a caso", diz.

Ao negociar, diz Sonia, dependendo do caso, é possível diminuir o débito, em média, para menos da metade da dívida principal com redução de juros, revisão de cobranças em excesso e portabilidade de crédito a outro banco.

Para ter sucesso na empreitada, a primeira medida é analisar a real situação do orçamento e das contas pendentes para que se possa fazer proposta ao banco. A sugestão deverá ser cumprida à risca pelo consumidor.

Diagnóstico financeiro

"O primeiro passo para o consumidor conseguir bom desconto e sair do vermelho é fazer o diagnóstico preciso da sua situação financeira. Para se livrar das dívidas é importante saber a dimensão do problema. Coloque tudo no papel, quanto você deve, há quanto tempo e para quem deve", orienta Gilberto Braga.

Confira como ficarão as taxas
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O Itaú garantiu que cortará os juros nas linhas de crédito para pessoas físicas e para micro e pequenas empresas. Segundo o banco, haverá redução no juro do cheque especial, para uma taxa a partir de 2,08% ao mês. Isso dá 28,2% ao ano (quatro vezes maior do que a Selic que está em 6,5% ao ano). Para micro e pequenas empresas, serão alteradas as taxas no cheque especial e capital de giro, mas não foram informados os percentuais.
O Bradesco informou que vai repassar esse último corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic, feita pelo BC, para as linhas de crédito de pessoas físicas e pessoas jurídicas.
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No crédito consignado, por exemplo, a taxa vai de 1,26% ao mês a 2,08% ao mês. No cheque especial as taxas vão de 2,91% ao mês a 13,33% ao mês. Já no crédito pessoal, vai de 0,99% a 7,20%, ambas ao mês. E no financiamento de veículo a taxa mínima cobrada pelo Bradesco vai de 0,89% ao mês a 2,97% ao mês.
No Banco do Brasil as novas taxas já estão em vigor nas agências e demais canais de relacionamento do BB.
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Para pessoas físicas, o destaque é a redução de 0,20 ponto percentual ao mês na linha de crédito parcelado no cartão de crédito. Já para pessoas jurídicas, a redução de juros alcança as linhas de capital de giro, desconto de títulos e de cheques, antecipação de crédito ao lojista e conta garantida.

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