Rio - O Estado do Rio acaba de reconquistar a vice-liderança na exportação de cachaça, a bebida destilada mais consumida no Brasil. Ao todo, no ano passado, as cerca de 60 empresas fluminenses legalizadas no setor venderam para outros países, sobretudo Alemanha, Estados Unidos e França, um valor aproximado de R$ 6,4 milhões, ficando atrás apenas de São Paulo. As cifras correspondem a 1,1 milhão de litros de aguardente fabricados no estado e comercializados no exterior, equivalendo a 12,7% da exportação nacional, que foi de 8,9 milhões de litros no período.
O volume representou também um movimento 23,9% maior do que 2016, quando Minas Gerais ocupava a segunda posição no ranking de exportação, caindo agora para sexto. Pernambuco mantém a terceira posição. "Essa conquista é um somatório de esforços, que reúne fabricação de produtos de qualidade, certificações e prêmios nacionais e internacionais", justifica o novo presidente da Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça do Estado do Rio de Janeiro (Apacerj), Carlos Alberto Mariz, proprietário da Cachaça Tellura, de Campos (RJ). "É também um sinal de que estamos no rumo certo para sermos os principais exportadores mundiais", completa.
Para a vice-presidente da entidade, Kátia Alves do Espírito Santo, a conquista é ainda mais significante quando se percebe que os compradores internacionais deram mais importância à qualidade do que à quantidade produzida. "Hoje, temos um leque importante de cachaças premiadas no Brasil e no exterior", diz Kátia, dona da marca Cachaça Da Quinta, de Carmo, no Centro-Sul Fluminense, uma das maiores produtoras da Região Serrana, ao lado da Soledade, de Nova Friburgo.
Kátia acredita que o sucesso dos produtos tipo exportação servem de incentivo para que engenhos clandestinos busquem a legalização, embora ainda haja muita burocracia governamental. "O crescimento dos empresários desse ramo depende exclusivamente da produção legalizada", adverte. Hoje, uma garrafa de cachaça com qualidade certificada, pode custar de R$ 40 a mais de R$ 5 mil, dependendo de suas características, como tempo de armazenamento em tonéis, por exemplo.
A boa reputação da cachaça fluminense no cenário mundial vem sendo destacada pelas principais entidades que tratam do assunto, como o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), além de publicações especializadas no exterior. "Dar visibilidade à aguardente fluminense é uma forma de estimular o surgimento de novos apreciadores da bebida", ressalta Carlos Alberto Mariz.
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