Local onde Marielle Franco foi assassinada, no bairro do Estácio, está cheio de homenagens a elaAlexandre Brum / Agencia O Dia
Por ADRIANA CRUZ E MARIA INEZ MAGALHÃES
Publicado 29/03/2018 03:00 | Atualizado 29/03/2018 08:15

Rio - O rastreamento das ligações telefônicas no trajeto feito pela vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista Anderson Pedro Gomes no dia 14, quando foram executados a tiros se tornou uma peça importante no quebra-cabeça da Delegacia de Homicídios para descobrir os executores. Eles saíram de um evento na Rua dos Inválidos, onde começaram a ser seguidos, e foram emboscados na Rua Joaquim Palhares, no Estácio. O pedido da quebra do sigilo foi feito ao 4º Tribunal do Júri. No mapeamento feito pelos investigadores são 35 erbs, antenas que registram as chamadas feitas na região.

Nos bastidores, a pressão sobre a investigação é grande, principalmente, para saber se a motivação foi política. Nenhuma hipótese está descartada. Ainda mais depois do bate-boca entre o deputado Marcelo Freixo, do PSOL, e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Enquanto, Jungmann acusou Freixo de mentir, o parlamentar rebateu chamando-o de 'trapalhão'. A gasolina na crise aumentou com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que declarou que a morte de Marielle é um atentado político contra a intervenção.

No leque de investigação, a milícia é outro alvo. Dois acusados de envolvimento com paramilitares estiveram na Câmara de Vereadores. A polícia identificou, por imagens de câmeras cedidas pelo parlamento, que foram o ex-vereador Cristiano Girão, da milícia da Gardênia Azul, e o ex-policial militar Luiz Monteiro da Silva, o Doem, da Taquara, as duas da Zona Oeste. Tanto Girão quanto Doem foram citados no relatório final na CPI das Milícias, comandada por Marcelo Freixo, em 2008. Mas ainda estão em busca se as visitas têm algum tipo de relação com os crimes.

Justiça manda Facebook retirar informações falsas
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O juiz Jorge Jansen Counago Novelle, da 15ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio determinou, que o Facebook retire, no prazo de 24 horas, publicações com informações falsas e que ofendam a vereadora. A ação foi movida pela irmã e pela viúva de Marielle.
O magistrado também determinou que a rede social impeça novas postagens ofensivas à vereadora e que informe se os perfis de Luciano Ayan, Luciano Henrique Ayan e Movimento Brasil Livre, que deram origem às notícias falsas, pagaram pelas postagens. Com um investimento mínimo de R$ 2, é possível fazer com que uma postagem apareça em mil perfis, o que facilita a viralização do conteúdo.
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Em sua decisão, o juiz afirmou que "não se há de tolerar que a morte de Marielle, Mártir da História Contemporânea do Brasil, se repita, dia a dia, como vem ocorrendo, com a conivência, por omissão, especificamente do réu, que se traveste numa rede social e vem permitindo a propagação de crimes como calúnia contra os mortos, ódio, preconceito de raça e gênero e abusos contra alguém que já não tem como se defender".
Ontem, a Biblioteca Parque de Manguinhos reabriu e recebeu o nome de Marielle (pág. 3).
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