Rio - A Defensoria Pública do Rio entrará com um pedido na Justiça, nos próximos dias, para que os casos dos 159 presos em uma festa em Santa Cruz, na Zona Oeste, suspeitos de pertencerem à milícia Liga da Justiça, sejam analisados separadamente. O subcoordenador de Defesa Criminal da Defensoria, Ricardo André de Souza, argumenta que parte dos detidos não é do grupo paramilitar.
Ontem, no entanto, a Polícia Civil informou, em nota, que há "indícios claros e suficientes" de que todos têm vínculo com a quadrilha de milicianos. Os investigadores enviarão o relatório do inquérito à Justiça na segunda-feira. Questionada, a polícia não respondeu se os músicos dos grupos Pique Novo e Swing & Simpatia, que se apresentaram no evento, serão intimados a depôr.
"Muitos dos presos são trabalhadores com Carteira assinada. Tem motorista de ônibus, gari", disse o defensor Ricardo André de Souza, que criticou a decisão da juíza Amanda Ribeiro Alves de realizar anteontem a audiência de custódia coletiva por videoconferência.
"A audiência de custódia é um direito do preso de ser levado à presença do juiz. Com o contato direto, o juiz tem condições de analisar melhor a condição física e psicológica do detento para apurar, por exemplo, a prática de tortura, como alguns denunciaram", completou.
O Tribunal de Justiça informou que a juíza Amanda Ribeiro Alves já se manifestou no processo: "O número de pessoas flagradas, os delitos imputados e a natureza do crime apontam para a conveniência de que o ato fosse realizado por videoconferência", justificou.
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