Traseira tem visual agradável. Lanternas e tampa do porta-malas direto no vidro chamam atenção fotos Lucas Cardoso
Por Lucas Cardoso
Publicado 03/03/2018 03:00 | Atualizado 05/03/2018 13:30

Rio - O Chery QQ é o carro que oferece mais pelo menor preço no Brasil. Mas ainda sofre com a desconfiança. O compacto é vendido em três versões: Look, Smile e ACT, que custam R$ 26.990, R$ 30.990 e R$ 32.290, respectivamente. Testado pelo DIA, o compacto é equipado com um novo motor flex mais potente, classificação AA de consumo pelo Inmetro.

O carrinho chamou a atenção por onde passou durante uma semana, pelas ruas do Rio. O visual não teve mudanças em relação a versão do ano passado. Mas as linhas ainda seguem atuais. Na versão testada ACT, o modelo é equipado com rodas de liga leve de 14 polegadas, para-choque dianteiro e traseiro na cor do carro, luz diurna de segurança DRL, rádio AM e FM com USB, vidros elétricos traseiros e retrovisores elétricos. Além da direção hidráulica, ar-condicionado, airbags dianteiros, Isofix, há também faróis com regulagem de altura elétrico, computador de bordo, alarme e limpador e desembaçador traseiros. É tudo que um consumidor espera de um carro popular.

Ao entrar no compacto, dá para perceber em pequenos detalhes de onde saiu a redução de custo. O interior do veículo é bem acabado, sem rebarbas e com boas escolhas de texturas. Mas não há tampa no porta luvas, que se reduziu a mais um porta objetos. O sistema de travas das portas não se aciona automaticamente ao começar a andar. São apenas detalhes do modelo.

Para ligar o QQ, é preciso pressionar a embreagem, um mecanismo que evita trancos caso o carro esteja engrenado por acidente. A transmissão é manual de cinco marchas e possui relação longa. Os engates não são muito precisos. Quando começamos a andar, percebemos a relação de peso-potência trabalhando a favor do modelo. O motor 1.0 Flex de 75 cavalos e 3 cilindros em linha é o suficiente para levar o carro na maioria das situações do dia a dia. Apenas sofre um pouco nas retomadas e ultrapassagens. Quando se pisa no acelerador em curvas, a impressão é que as rodas traseiras saem do chão.

Estacionar nunca foi tão fácil. Graças ao tamanho do QQ, que tem 3,5 metros de comprimento e 1,6 metro de largura, o modelo cabe em vagas que outros modelos não entrariam. Também pesa a favor do modelo o razoável entre-eixos de 2,3 metros. Se os bancos dianteiros forem todo recuados, qualquer pessoa com quase 1,80m passará um pouco de aperto. Para falar de quem viaja atrás, vale lembrar que só há cinto de três pontas para quem viaja nas pontas. 

MACIA DEMAIS

Pesa negativamente a suspensão macia demais, que transmite boa parte das imperfeições do solo. Na frente, há o convencional conjunto McPherson. Mas na traseira, está um antiquado eixo rígido, que não permite às rodas traseiras certa independência ao passar por buracos. O que, aliás, é bem menos sentido nos concorrentes diretos Mobi e Kwid, que possuem eixo de torção.

Um dos seus concorrentes mais próximos, o Fiat Mobi Like parte de R$ 34.700 na tabela e cobra outros R$ 1.890 pelo kit com desembaçador, limpador, pré-instalação do rádio e travas e vidros elétricos nas quatro portas, ar-condicionado ou direção hidráulica nem como opcionais. E o Renault Kwid custa R$ 36 mil na versão com equivalência de equipamentos. Então, mais uma vez, o compacto da montadora chinesa tem uma melhor relação custo-benefício.

Graças ao seu preço, o modelo compensa se o uso for urbano. Se a intenção for combinar o uso com viagens levando a família, o modelo já não se enquadra no perfil de exigência do consumidor brasileiro. O porta-malas do carro é pequeno, com apenas 160 litros. E viajar com mais de dois passageiros atrás pode ser desconfortável para quem viaja no meio. Durante os sete dias de teste, rodamos mais de 250 quilômetros com o compacto e obtivemos uma média de consumo considerável de 12 km/l.

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